Bolsonaro faz live para disseminar mentiras sobre voto impresso

O descontrole e a sanha golpista de Bolsonaro ultrapassaram mais um limite na quinta-feira (29), em sua live semanal pelas redes sociais. Com a justificativa de que mostraria “provas” de fraudes nas urnas eletrônicas utilizadas nas eleições, o governo chegou a convocar veículos de imprensa e usou a emissora pública do governo para transmitir a live, mas o que se viu foi o presidente divulgar notícias falsas, mentindo descaradamente para colocar em dúvida o atual sistema de votação no país.

Bolsonaro teve a cara de pau de apresentar vídeos antigos do YouTube e fake news, que já foram desmentidas por órgãos oficiais e sites de checagem de fatos, como tais “provas”. Numa fala desconexa e contraditória, contudo, admitiu que não tem provas.

“Não temos provas, vou deixar bem claro, mas indícios”, disse. Porém, durante duas horas de transmissão, usou a tática de jogar desconfiança na votação eletrônica, apenas com insinuações.

Com um homem ao seu lado, apresentado como “especialista”, Bolsonaro mostrou vídeos postados na internet de pessoas que supostamente tiveram problemas para votar em 2018, de anônimos que dizem saber como burlar o código fonte das urnas; notícias de instabilidade na divulgação de votos em SP em 2020. Enfim, informações sem qualquer credibilidade e que já foram desmentidas.

O Fato ou Fake, serviço de checagem de fatos do grupo Globo, já mostrou que essas simulações de urna não correspondem à realidade. Veja nos links abaixo:

É #FAKE que software das urnas eleitorais pode ser manipulado por estrangeiros que detêm o código dos equipamentos

É #FAKE que vídeo prove que é possível fraudar urna eletrônica

É #FAKE vídeo em que eleitor seleciona a tecla “1” e aparece automaticamente o candidato Fernando Haddad na urna

É #FAKE fraude nas urnas denunciada em vídeo por eleitor no Pará

O “especialista”, segundo apurou o G1, era Eduardo Gomes da Silva, coronel do Exército e ex-assessor especial do ministro Luiz Eduardo Ramos na Casa Civil. O currículo divulgado pelo Planalto não informa qualquer especialização na área de programação ou segurança da informação.

Além de exibir as notícias e vídeos falsos, Bolsonaro novamente voltou a atacar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro Luis Barroso e a imprensa.

Bolsonaro sonha com um golpe

Colocar em dúvida a votação eletrônica e defender o voto impresso tem sido uma das táticas de Bolsonaro para ameaçar que não vai aceitar o resultado das eleições em 2022.

Desesperado com a queda na popularidade, as investigações da CPI e as manifestações que pedem seu impeachment, o presidente de ultradireita tem aumentado as ofensivas antidemocráticas.

O fato é que o voto impresso é que abre brecha para fraudes e o famoso “voto de cabresto”, comum em regiões dominadas pelo coronelismo e milicianos, diga-se, de passagem, dois setores bem ligados ao bolsonarismo.

Bolsonaro sempre defendeu a ditadura militar, bem como torturadores , como o repugnante Brilhante Ustra. O governo tem atualmente mais de 6 mil cargos ocupados por militares, uma discrepância em um regime democrático. Sem falar que militares também estão no centro das recentes denúncias de corrupção.

Se depender dele, seu projeto de governo seria uma ditadura para acabar com as liberdades democráticas para impor sua política ultraliberal e seus esquemas de corrupção sem resistência.

Para a CSP-Conlutas, as ofensivas autoritárias de Bolsonaro devem ser rechaçadas veementemente por todos os setores e é na luta que esses ataques podem ser barrados. É preciso intensificar a mobilização pelo Fora Bolsonaro e Mourão, com o apoio à greve convocada pelos servidores públicos para o dia 18 de agosto e os novos atos de rua no dia 7 de setembro, bem como avançar na construção de uma Greve Geral que pare todo o país.

Com informações: G1

Via cspconlutas.org.br