18A: Manifestações pelo país mostram força da luta contra Reforma Administrativa e pelo Fora Bolsonaro

Em grande demonstração de força, as mobilizações contra a Reforma Administrativa (PEC 32) tomaram conta de todo o país, nesta quarta-feira (18). Servidores públicos municipais, estaduais e federais, com o reforço dos trabalhadores do setor privado, demonstraram toda sua indignação com o governo de Jair Bolsonaro e o plano de desmonte do serviço público.

Desde as primeiras horas da manhã até os protestos que adentraram a noite, o funcionalismo demonstrou que está unido e com muita disposição para barrar no Congresso Nacional mais este ataque elaborado pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes. Participaram das mobilizações servidores da área da Saúde, Educação, Segurança Pública, entre outros.

Nas faixas, cartazes e palavras de ordem estavam expostos o descontentamento com a PEC 32 e o estrago que ela pode causar na vida da população. Com a “reforma” até mesmo a oferta de serviço público está sob ameaça, com o risco de saúde e educação, que hoje são direitos, tornarem-se mercadorias inacessíveis a todos.

Os atos também denunciaram alterações propostas na medida que irão precarizar o trabalho, retirar direitos dos funcionários públicos e contribuir com a piora nos atendimentos. Além disso, os manifestantes também foram pra cima do plano de Bolsonaro de facilitar a criação de cabides de emprego.

Como parte do calendário de luta pela campanha Fora Bolsonaro, as manifestações também reuniram pautas como a vacinação em massa da população, o auxílio emergencial de, no mínimo, R$ 600, e o fim dos ataques aos direitos trabalhistas como os que integram a MP 1045, promulgada durante a semana.

“Foi um dia de luta muito importante! A partir do chamado da greve geral dos trabalhadores e trabalhadoras dos serviços públicos, pudemos construir importantes paralisações. Com o chamado do dia Nacional de Lutas, conseguimos conectar a pauta geral do movimento, das necessidades gerais da classe trabalhadora, com a luta contra a destruição dos serviços públicos”, afirma Adriana Stella, dirigente da Fasubra e integrante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

“Agora, nosso próximo passo é fortalecer esse movimento, que começa a sair do armário, dialogar intensamente nos locais de trabalho e também com a população do que representa essa reforma administrativa”, conclui Adriana.

Outras categorias

Trabalhadores dos Correios também se somaram as mobilizações desta quarta. Em luta contra a venda da estatal, o conjunto dos sindicatos aprovou a greve de advertência durante todo o dia. A privatização da empresa já foi aprovada na Câmara dos Deputados e agora a categoria se mobiliza para barrar a venda no Senado Federal.

 

Categorias do setor privado também aderiram a luta contra a Reforma Administrativa. Os metalúrgicos das cidades de São José dos Campos e Jacareí, em São Paulo, e Pirapora e São João Del Rei, em Minas Gerais realizaram assembléias para debater os malefícios criados pela PEC 32.

 

Já em Campinas, os operários e operárias da MRV, que estão em greve há 37 dias por PLR (Participação nos Lucros e Resultados), tomaram as ruas da cidade. Além de protestar contra a PEC 32, os trabalhadores aproveitaram-se do dia de luta para denunciar as práticas da empresa contra os funcionários como o corte do vale-alimentação.

Trabalhadores da contrução civil também protestaram em Fortaleza, no Ceará. Cerca de 300 companheiros e companheiras realizaram uma assembleia que votou pelo Fora Bolsonaro e Mourão já, em defesa dos direitos trabalhistas, dos Serviços Públicos e contra a privatização dos Correios.

Em Belém, no Pará, petroleiros realizaram uma panfletagem no porto Miramar denunciando a política de entrega do patrimônio público adotada por Bolsonaro.

“O processo de unidade foi importante para realizarmos manifestações em todo o país. Foram centenas de cidades que fizeram algum tipo de manifestação. O mais importante é que ocorreu com uma pauta política, que tem a ver com a estratégia do governo em relação ao Estado, portanto vai além do elemento econômico. Há perdas sociais importantes para a classe trabalhadora e o povo brasileiro. Nesse sentido foi uma lição que o funcionalismo deu de unidade e disposição de luta”, afirma Paulo Barela integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Ato em São Paulo

Um dos principais atos realizados no país ocorreu na Praça da República, em São Paulo. A atividade teve início às 15h e reuniu as dez centrais sindicais brasileiras, incluindo a CSP-Conlutas, além de outras organizações do funcionalismo público, partidos políticos e movimentos sociais.

Após o ato político, os manifestantes saíram em passeata pelas ruas do centro da cidade. O apoio à mobilização ficou evidente durante o trajeto. Muitos moradores dos prédios nas adjacências realizaram panelaços. O ato terminou por volta das 18h, na Praça João Mendes, próxima a Catedral da Sé.

Os atos do Rio de Janeiro e Belo Horizonte também não ficaram atrás. Tomaram ruas do centro das duas capitais com a presença de servidores públicos, trabalhadores dos Correios, de outras estatais como Petrobras e do setor privado.

“Nosso papel é aproveitar esse movimento todo para ampliar a nossa auto-organização, construindo as atividades e as lutas nos nossos locais de trabalho, estudo, moradia. Neste debate, temos de apresentar o programa da CSP-Conlutas de alternativa para a classe trabalhadora, apontando a necessidade de construção de uma sociedade socialista”, afirma Adriana.

 

CSP-Conlutas