Rui corta salários de professores da rede estadual contrários ao retorno presencial

Em mais uma atitude truculenta, o governador Rui Costa (PT) cortou salários de professoras e professores da rede estadual da Bahia. A medida é uma reprimenda à posição da categoria de não retornar às aulas presenciais, por não estarem imunizados e sem condições de biossegurança. Sem qualquer diálogo com a categoria, o governo da Bahia decidiu pela retomada das aulas presenciais no dia 26 de julho.

Autoritarismo e ameaças

De acordo com matéria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), “não houve qualquer treinamento ou orientação prévia para os/as servidores/as públicos da Educação e nem comunicado com orientações para os alunos e suas famílias, com o imprescindível preparo para o grande desafio que é a retomada das aulas presenciais em tempos de pandemia depois de mais de um ano com as escolas fechadas. É necessário levar em conta os temores e questões psicológicas individuais dos servidores, dos alunos e de suas famílias. Por isso, a informação sobre a necessidade de seguir regras do protocolo é imprescindível para a reabertura das escolas com segurança”.

Diante do grande risco do retorno presencial, sem as condições necessárias, professoras e professores decidiram por permanecerem com as suas atividades na modalidade remota. Ao tomar conhecimento do posicionamento da categoria, o governador e o secretário de educação, Jerônimo Rodrigues, ameaçaram publicamente professoras e professores com corte de salários, caso não comparecessem às escolas.

Na avaliação do presidente da Adusb, Alexandre Galvão, “o corte de salários dos docentes da rede estadual de ensino é mais um ato autoritário do governador Rui Costa, que deveria dialogar mais com a categoria e respeitar a vacinação integral dos profissionais da educação e avançar na vacinação dos estudantes. Vacinação setorial e parcial, com retorno presencial, colocam em risco a população. Isso está mais que provado, pois mesmo com a baixa adesão de professores e estudantes ao ensino presencial no momento, diversas escolas tiveram que suspender atividades após confirmação de casos de covid-19 na comunidade escolar”.

Professores e estudantes em risco

Desde a retomada das aulas presenciais, diversas unidades escolares tiveram casos confirmados de professores e/ou estudantes por covid-19, que resultaram na suspensão das atividades.

Segundo levantamento feito pelo Coletivo Educar na Luta, mais de 40 escolas passaram por esta situação nos municípios de Salvador, Itamari, Dias D’Ávila, Camaçari, Mata de São João, Morro de Chapéu, Feira de Santana, Itabuna, Ilhéus, Elísio Medrado, Ribeira do Pombal, Candeal, Caetanos, Teixeira de Freitas, Itamaraju, Amargosa, Ruy Barbosa, Valença, Livravemento, Cruz das Almas, Itatim e Guanambi.

Em nota, o Educar na Luta afirma que “a nossa luta maior, hoje, é pelo direito à vida e para isso precisamos de imunização completa e condições de trabalho adequadas ao protocolo de biossegurança”.

 

Adusb com informações da APLB, Coletivo Educar na Luta, Bahia Notícias e Correio da Bahia