8M: por um Brasil sem machismo

O Dia Internacional de Luta das Mulheres de 2022 chega em um cenário de desafios ainda maiores. Por conta dos constantes ataques do governo Bolsonaro, aumentou a necessidade de se contrapor às várias formas de violências de gênero que elas enfrentam.

Desde o início da pandemia de covid-19, esse é o primeiro 8 de março com a maioria da população brasileira vacinada. Atos organizados nacionalmente foram realizados em todos os estados. Em Vitória da Conquista, a união de faixas e cartazes contendo palavras como “Pela Vida das Mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome!”, lema nacional das mobilizações deste ano, tomaram as ruas do centro da cidade.

Para construir a manifestação, a ADUSB se juntou a organizações, movimentos sociais e ativistas feministas e marchou pelas ruas do centro de Vitória da Conquista. “Estamos aqui para reforçar nosso compromisso social e político, que historicamente foi construído por mulheres que lutaram bravamente para conquistar os seus direitos, e hoje estamos nas ruas para reforçar essa luta”, disse Sandra Ramos, Secretária Geral da ADUSB.

O ato teve concentração às 8h30, na Praça Sá Barreto, em Vitória da Conquista. A caminhada passou pelas ruas até chegar à Prefeitura Municipal, com o intuito de entregar um documento e dialogar sobre os ataques que as trabalhadoras têm sofrido. O mesmo ocorreu na Câmara de Vereadores. O documento foi protocolado em cada local, porém nenhum representante de cada órgão abriu espaço para diálogo.

Ao longo da manifestação, palavras de ordem exigiam o fim da violência de gênero, a paridade de salários, o direito à moradia e à vida. A Articulação Nacional de Mulheres Bolsonaro Nunca Mais  - responsável pela articulação nacional, divulgou um manifesto de entidades que denuncia “o aprofundamento da crise econômica no Brasil e no mundo, somado à política da fome, do desemprego e da morte conduzida pelo governo Bolsonaro, que tem tornado a vida do povo ainda mais difícil, atingindo, principalmente, as mulheres da classe trabalhadora”.

“Estamos aqui para mostrar que hoje não é dia de comemoração,  hoje é dia de luta! Mais uma vez viemos às ruas para mostrar o nosso descontentamento com esse governo federal, que é um governo machista, sexista, fascista, lgbtfóbico, racista e, sobretudo, é um governo que atende os interesses das elites brasileira e internacional.”, afirma Suzane Tosta, vice-presidente da ADUSB.

Continuando a onda de manifestações, mulheres da comunidade acadêmica da UESB manifestaram, no período da tarde, contra a violência institucional de gênero.  “A iniciativa da ADUSB de denunciar no 8 M a Violência Institucional de Gênero que as mulheres vêm sofrendo em espaços deliberativos, e mesmo em espaços de escuta na UESB, foi extremamente importante para chamar a atenção acerca de práticas sexistas, machistas e misóginas recorrentes na Instituição. A Universidade deve primar pelo respeito à liberdade de expressão, e extirpar qualquer comportamento ou ação que caminhe em direção contrária. Mexeu com uma, mexeu com todas!” comentou a Professora da UESB Iracema Lima.

Professoras, estudantes e técnicas administrativas se juntaram em frente ao Módulo de Aulas Antônio Luís Santos, no campus de Vitória da Conquista, e seguiram em marcha até a reitoria, para entregar uma carta que denuncia a intolerância da violência institucional de gênero, bem como, uma pauta com as reivindicações da categoria a respeito do combate às opressões de gênero. Na oportunidade, o coletivo de mulheres cobrou uma reunião para discutir os pontos elencados.