Nos dias 20, 21 e 22 de maio desse ano, ocorrerá em São Paulo a Coordenação Nacional da CSP-Conlutas. Pela primeira vez desde fevereiro de 2020, a coordenação será realizada de forma presencial, como ocorria antes da pandemia da COVID-19 assolar o mundo e o Brasil.
Nesses dois anos, a CSP-Conlutas enfrentou com êxito o desafio de manter os espaços deliberativos funcionando, garantindo a atuação da Central nas lutas da classe trabalhadora para enfrentar Bolsonaro, a pandemia e os patrões. Diversas coordenações nacionais de forma virtual, além das coordenações estaduais e a própria Secretaria Executiva Nacional aconteceram virtualmente garantindo os prazos de realização.
A coordenação de maio se realiza em um momento importante da conjuntura brasileira e mundial. No Brasil, nesses últimos meses acontece uma onda de greves de categorias como garis do Rio de Janeiro, servidores do INSS e do Banco Central, metalúrgicos da Avibras de São José dos Campos (SP), professores e servidores municipais em diversos estados, trabalhadores e trabalhadoras da CSN de Congonhas (MG) e Volta Redonda (RJ), trabalhadores da educação de Belém (PA) e outras. Na luta, vêm enfrentando os governos das três esferas – federal, estadual e municipal -, assim como a patronal, em defesa de salários e direitos e contra demissões.
Essas lutas são reflexo da indignação gerada pela carestia, impulsionada pela alta dos combustíveis e dos alimentos. A inflação acumulada nos últimos doze meses já supera os 11% e os trabalhadores e trabalhadoras não estão aceitando mais pacificamente a corrosão de sua renda. Além do mais, o desemprego, o subemprego e a precarização do trabalho seguem castigando a população, aumentando consequentemente o desgaste do governo Bolsonaro.
Rússia e Ucrânia
No mundo, a guerra na Ucrânia desencadeada pela covarde agressão do governo de Vladimir Putin segue sendo um dos eventos mais importantes da atualidade.
A resistência ucraniana frustrou os planos de Putin de uma guerra rápida e abriu a necessidade da solidariedade dos trabalhadores e trabalhadoras de todo mundo para derrotar a invasão russa.
“Uma derrota do governo russo mudaria a situação da luta de classes em todo mundo e por isso é importante fortalecer a resistência ucraniana, como fará a caravana da Rede Internacional de Solidariedade e Luta, integrada pela CSP-Conlutas, que no final de abril levará um comboio de ajuda à resistência ucraniana”, aponta o dirigente do Setorial Internacional da Central Herbert Claros, que também integra a SEN (Secretaria Executiva Nacional) da CSP-Conlutas.
Pauta densa
Todos esses temas serão parte da discussão dessa Coordenação Nacional que terá o dever de armar a Central para a luta contra o governo Bolsonaro, em um cenário de forte polarização eleitoral.
“A chapa Lula/Alckmin tenta ganhar a classe trabalhadora para repetir o desastre da política de colaboração de classes dos governos do PT e joga contra a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras para derrotar Bolsonaro e sua política; esse é o cenário que estamos enfrentando neste ano eleitoral”, critica a integrante da SEN Joaninha Oliveira.
Uma coordenação presencial e virtual
A Coordenação Nacional da CSP-Conlutas ocorrerá em São Paulo nos dias 20, 21 e 22 de maio e vai trazer uma novidade: também poderão participar de forma virtual os representantes e observadores das entidades e movimentos filiados à Central que tiverem dificuldade de participar de forma presencial.
“As atividades virtuais, ainda que tenham suas limitações e não possam substituir a dinâmica de uma coordenação presencial, tem uma grande vantagem de poder garantir que ativistas de nossa Central, que atuam em cidades distantes da região Sudeste e de São Paulo, possam participar da coordenação, tornando esse espaço mais democrático. Por isso, a Secretaria Executiva Nacional decidiu realizar essa coordenação em formato híbrido (presencial e virtual), o que implica mais um desafio, mas também pode ser uma tendência que parece se consolidar a partir da pandemia”, reforça a dirigente Rita de Cássia da SEN.
Setoriais de Trabalho
Os Setoriais da CSP-Conlutas, que ocorriam sempre nas tardes de sábado nas coordenações presenciais, agora poderão se reunir no sábado a partir das 17 horas, presencialmente, ou poderão optar pela realização de forma virtual até a quinta-feira anterior à realização da Coordenação Nacional. Cada setorial tem autonomia para definir a melhor maneira de se reunir e elaborar o relatório que vai à votação no domingo, último dia da atividade.
Via cspconlutas.org.br