Paralisação: Professores (as) da UNEB, UEFS, UESB e UESC solicitam reabertura de diálogo com o governo do estado pela décima vez
Ato na Uefs. Foto: AdufsBA SSind.

Professores (as) das quatro universidades estaduais da Bahia realizaram, nesta terça-feira (31), uma paralisação de 24 horas. No período da manhã ocorreram atos locais nas cidades de Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Jequié, Itapetinga e Ilhéus. No período da tarde, representantes das Associações Docentes solicitaram, formalmente, pela décima vez, reabertura do diálogo interrompido pelo Governo do Estado, que está há mais de 800 dias com a mesa de negociação com o movimento docente interrompida.
A categoria havia enviado, ainda na semana passada, um outro ofício para o governo, mas não obteve teve retorno. A mesa foi um acordo de greve pactuando entre professores (as) e Governo do Estado na greve de 2019. A categoria docente está em luta por reajuste salarial e mais investimento nas universidades. Durante as atividades de mobilização da manhã, os (as) professores (as) realizaram aulas públicas nos portões das universidades, panfletagens na porta das universidades e vias públicas. Já à tarde, foi protocolado um novo documento na Secretaria de Educação pelas Associações Docentes que reiterou o pedido de reabertura de diálogo. 

Café da manhã com debate na Uesb. Foto: Adusb SSind.

Motivos para a luta
Segundo os (as) professores (as), apesar do governo afirmar em notas à imprensa que investiu no ensino superior baiano, a realidade e os números mostram que o investimento ainda está bem abaixo do necessário. "Analisando os números públicos no Portal da Transparência do próprio governo, fizemos uma análise minuciosa com especialistas sobre o crescimento da Receita Líquida de Impostos da Bahia (RLI). De 2020 para 2021, houve um aumento de 26%. Entretanto, o percentual orçado pelo governo para as universidades diminuiu, estando bem abaixo de 5% da RLI Isso é muito pouco diante a relevância das nossas universidades estaduais frente ao bom estado financeiro da Bahia", afirma Alexandre Galvão, professor da Uesb e presidente da Adusb.


Panfletagem na Uesc. Foto: Adusc SSind.

Outra reivindicação dos (as) docentes é a questão do reajuste salarial. Após 7 anos de espera, o Governo do Estado aplicou um reajuste para os docentes abaixo da inflação do ano de 2021. Com salários congelados desde 2015, quase metade do salário desses profissionais foi corroído pela inflação nos últimos anos, de modo que a luta da categoria hoje é por um reajuste salarial que, de fato, recomponha as perdas e a inflação.
Os (as) docentes seguem em luta para sensibilizar o governo para o diálogo e tornar público para a sociedade baiana a realidade das Universidades Estaduais. As Associações Docentes afirmam que não excluem a possibilidade de uma greve caso a postura do governo não mude. "Estamos tentando o diálogo de todas as formas possíveis. A nossa categoria e as universidades estão insatisfeitas com a postura do governador. Caso isso não mude, o governo não nos deixará nenhuma outra alternativa, a não ser a greve", demarcou Galvão.

Café da manhã no portão da UNEB - Campus Salvador. Foto: Aduneb Sind

Apesar de toda batalha do movimento docente por diálogo, o Governo do Estado segue sem retorno sobre a retomada da mesa de negociação. O Fórum das ADs divulgou essa semana uma nota oficial com a versão do movimento docente sobre a questão. Leia a nota na íntegra.

Professores (as) denunciam na imprensa a recusa de diálogo do governo. Foto: Fórum das ADs

 

Fórum das ADs