#9J: estudantes fazem dia de protestos contra cortes e ataques à Educação

Em várias cidades, nesta quinta-feira (9), estudantes e trabalhadores foram às ruas em protesto contra os cortes e ataques promovidos pelo governo Bolsonaro à Educação. As manifestações reuniram alunos de universidades e institutos federais que serão afetados pelos cortes no Orçamento.

No dia 31 de maio, Bolsonaro publicou um decreto com corte de 14,5% no Orçamento da Educação, de mais de R$ 3 bilhões. O contingenciamento chega a R$ 8,2 bilhões incluindo as áreas de Ciência e Tecnologia (R$ 1,8 bilhão) e Saúde (R$ 1,6 bilhão).

Segundo universidades e institutos federais, o corte afetará severamente a assistência a estudantes vulneráveis e ações de ensino, pesquisa e extensão no país. Somente essas instituições terão mais de R$ 1 bilhão bloqueado.

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Há ainda uma ofensiva do governo no sentido de avançar a privatização do ensino superior. O governo chegou a tentar avançar com a tramitação da PEC 206 que prevê a cobrança de mensalidade nas universidades. A repercussão negativa e pressão conseguiu impedir a votação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. 

“Tire a mão da federal”, “Tire a mão do meu IF”, “Não à privatização da educação” e “Forra Bolsonaro” foram algumas das principais frases que estamparam faixas e cartazes nas manifestações realizadas em cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Salvador, Belém, entre outras. Foram realizados também panfletagens e aulas públicas para marcar o dia de luta.

As seções sindicais do ANDES-SN se somaram aos protestos e docentes de diversas instituições foram às ruas cobrar a recomposição orçamentária da Educação, além de melhores condições de trabalho e ensino, investimento em políticas de assistência estudantil, entre outras pautas.

Em Brasília (DF), Francieli Rebelatto, 2º secretária do ANDES-SN, saudou as e os manifestantes pelo esforço em construir a unidade para esse dia e para as demais lutas que estão por vir. "Essa é a luta do povo trabalhador brasileiro e dos estudantes que sempre se deu como muito esforço e muita coragem nesse país. Combater os ataques à educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada é uma luta de longa data. Nada nos foi dado, tudo foi conquistado com muita luta e esforço dos estudantes, dos trabalhadores docentes e técnicos, que construíram as universidades, os institutos federais e cefets no Brasil", afirmou.

A diretora do Sindicato Nacional convocou as e os estudantes para o ato em 14 junho, no Ocupa Brasília, que ocorrerá na capital federal. "Iremos lutar não apenas contra os cortes na Educação e a tentativa de cobrança de mensalidade nas universidades, mas também em defesa dos serviços públicos, da reposição salarial dos servidores federais e, mais do que isso, estaremos também em unidade com os trabalhadores das empresas Estatais, lutando contra as tentativas de privatização desse governo", afirmou.

O Coletivo Rebeldia, filiado à CSP-Conlutas, também esteve presente nos atos e defendeu que se faz necessário enfrentar nas ruas os ataques à educação pública e também contra o desemprego, a inflação e o genocídio da juventude negra.

“Hoje, em várias cidades tivemos protestos de estudantes para dizer que não vamos aceitar os cortes na Educação. E é assim, nas ruas, nas lutas, nas greves, que podemos derrotar Bolsonaro e a extrema direita”, disse a estudante Lari Comodaro, do Rebeldia de São José dos Campos (SP), que participou do ato na capital paulista.

“Precisamos de um novo tsunami da educação numa luta unificada com a classe trabalhadora, seja para impedir os ataques à Educação, em apoio às lutas por empregos, como dos metalúrgicos da Caoa Chery, pela reposição salarial de mais de 20% para os servidores e demais reivindicações”, defendeu.

 

 

 

 

Com informações Andes-SN

Via cspconlutas.org.br