Nota: Repúdio ao ódio de Bolsonaro contra as mulheres

Não nos calaremos! Nosso repúdio ao ódio de Bolsonaro contra as mulheres

Somente neste período inicial de campanha pela reeleição à presidência, Bolsonaro já deu exemplos de seu comportamento misógino e medíocre com alguns episódios desprezíveis de violência contra mulheres, especificamente com mulheres que atuam na imprensa.

O primeiro caso ocorreu durante o debate político inaugural em rede nacional, na TV Bandeirantes, com a presença de parte dos candidatos para o cargo da República. Bolsonaro, quando questionado sobre a queda nas taxas de vacinação no Brasil, atacou a jornalista da TV Cultura Vera Magalhães, dizendo que a profissional é “uma vergonha para o jornalismo brasileiro”, que ela deveria pensar nele todo dia quando dormia, que deveria ter alguma paixão por ele.

A ofensa, que no debate serviu para o político não responder ao questionamento sobre a vacinação no país, mas que é comportamento habitual em qualquer manifestação pública que ele faça, pode ser o que mais o prejudique na reeleição.

Ainda em 2018, a jornalista Patrícia Campos Mello denunciava em reportagem para a Folha de S. Paulo um esquema ilegal de disparo em massa, via WhatsApp, de mensagens que ofendiam ou prejudicavam a imagem de candidatos concorrentes de Jair Bolsonaro. Mas não só, de jornalistas também.

À época, Mello sofreu perseguição de seguidores e da estrutura do Gabinete do Ódio de Bolsonaro, teve o celular hackeado e recebeu ameaças inclusive contra a vida de seu filho, quando tinha apenas 6 anos de idade.

Esse sistema que organiza uma verdadeira horda de robôs e humanos que cultuam o discurso misógino de ódio de Bolsonaro seguiu funcionando desse período até hoje.

A vítima mais recente desse tipo de ataque virtual foi a jornalista da CNN Gabriela Prioli. Após sair na mídia sua declaração sobre não querer que Bolsonaro seja um convidado de seu programa de entrevistas, o presidente utilizou sua conta no Twitter para menosprezar o trabalho da profissional, fazendo chacota ao dizer "Tabajara Futebol Clube diz porque não quer Neymar em seu time".

O comentário tosco e infantil incentivou o público fiel do político e ativou o exército de bots e trolls a atacarem a jornalista, que está em seu 6º mês de gravidez.

Esse é mais um dos inúmeros episódios que ocorreram nesses quase quatro anos de governo Bolsonaro. O ataque às mulheres e à imprensa tem marcado a postura do presidente de ultradireita desde o início de sua administração.  

Em contrapartida, não esmorecemos. Desde muito antes, já demonstrando toda força nos atos por “Ele Não”, nós, mulheres, dizemos em bom som que não iremos nos calar! Não iremos aceitar nenhuma ofensa ou incentivo à violência, sobretudo em um momento em que a violência política tem matado pessoas no Brasil e no mundo.

Nós, da CSP-Conlutas, consideramos que o ex-capitão, que não tem pudor ao demonstrar o quanto odeia as mulheres, mesmo quando precisa de melhores resultados nas pesquisas eleitorais (sobretudo para obter votos do público feminino), é responsável, ao incitar a violência, por qualquer manifestação de ódio ou misoginia contra as mulheres e outros setores mais vulneráveis da sociedade, como o público LGBTI+.

Fora Bolsonaro!

 

Central Sindical e Popular CSP-Conlutas