Governo retrocede com as negociações

Contrariando as expectativas da categoria, durante a reunião desta terça (19), os representantes do governo Adriano Tambone (Saeb), Emilson Piau (Serin), Sérgio Miranda (Sec), Nildon Pitombo (Codes) e Luís Henrique Brandão (Saeb), além de não apresentarem proposta de calendário para incorporação da CET, propuseram uma mudança de metodologia, contrariando todo o processo de negociação com o Movimento Docente até o momento. 

Durante o mês de dezembro de 2012, foram realizadas duas reuniões técnicas com o governo para a demonstração de dados sobre a construção da campanha salarial 2012 e debate da metodologia a ser empregada nas negociações. Nestes momentos, o Movimento Docente deixou claro ao governo que a CET é uma conquista da categoria fruto da greve 2011 e que sobre este tema restava apenas a discussão sobre o calendário de incorporação. Dessa forma, para que o termo do acordo  seja devidamente cumprido, a metodologia acertada para as negociações deveriam conter um primeiro momento para definição do calendário da CET e na sequência a discussão sobre a equiparação salarial com os maiores vencimentos docente do Nordeste, atualmente pagos pelo Ceará, que ganham 28% a mais que os docentes baianos. A mesa de negociação do dia 8 de janeiro  deu sequência ao processo anterior de conversas, pois mesmo não apresentando nenhum tipo de proposta, os representantes governamentais mostraram tabelas com os estudos de impactos orçamentários da incorporação da CET e reajuste de 28%,  sinalizando naquele momento interesse em negociar de forma separada. 

Entretanto, para a indignação do Movimento Docente durante a última reunião (19), ao invés de apresentar uma proposta concreta, o representante da Saeb, Adriano Tambone, confirmou a incorporação da CET e anunciou a ardilosa jogada do governo: “criação de um grupo de trabalho que em até 90 dias formule uma proposta de critérios de reajustes salariais escalonados e não lineares, bem como a velocidade de incorporação da CET”. 

Diante desta afronta, o Fórum das ADs criticou a postura desrespeitosa do governo ao querer modificar a metodologia das negociações e foi duro ao defender o cumprimento do acordo de incorporação da CET assinado ao fim da greve 2011. Os professores e professoras presentes também rebateram a possibilidade de uma versão baiana do processo de desestruturação da carreira docente como ocorrido nas Instituições Federais de Ensino. Para o presidente da Adusb, Marcos Tavares, “a proposta de mudança de metodologia apresentada pelo governo é descabida e soa como uma provocação ao movimento docente”. 

Com a chegada neste impasse político e metodológico, a reunião foi suspensa e remarcada para quarta-feira (27) às 9h na Fundação Luís Eduardo Magalhães, com o objetivo de apresentação de um posicionamento do governo sobre a metodologia anteriormente acordada com o movimento docente e o calendário de incorporação da CET. O Fórum das ADs se reunirá na sede da Adusb, em Vitória da Conquista, no sábado (23), para avaliar a reunião com o governo e preparação para o próximo embate.