Eleições para reitor: novo calendário eleitoral será discutido na quinta (24)

Salas esvaziadas no campus de Vitória da Conquista

Diante da deflagração da greve da Polícia Militar na noite da terça (15), as chapas 1 e 2 solicitaram oficialmente, na manhã da quarta (16), o adiamento da votação para reitor da Uesb, que ocorreria naquele dia. De acordo com os referidos candidatos, uma nova data deveria ser agendada em virtude da sensação de insegurança. A Adusb acompanhou todo processo de discussão com intuito de garantir transparência e ampla participação de docentes, técnicos e estudantes. Após forte tensionamento, a Comissão Eleitoral suspendeu o pleito. O novo calendário eleitoral será discutido na quinta (24) pelo Consu.

Já na noite do dia 15, estava instaurado no campus de Vitória da Conquista o clima de insegurança. Mesmo sem portaria oficial da administração da Uesb, estudantes e docentes encerraram suas atividades mais cedo, temendo a suspensão do serviço de transporte coletivo.

Por volta das 7h, do dia 16 de abril de 2014, na presença do presidente da Adusb e da Comissão Eleitoral, a chapa 1 “Nada deve parecer impossível de mudar” (Paulo Cairo e Jorge Nascimento) e a chapa 2 “Autonomia e Ação” (Itamar Aguiar e Cândido Requião) entregaram um documento solicitando o adiamento da votação. Segundo as Chapas, a significativa ausência de docentes e discentes em função da greve da Polícia Militar comprometeria a legitimidade das eleições estava comprometida.

Mesmo com o requerimento feito pelas chapas 1 e 2, a Comissão Eleitoral se manifestou pela continuidade da votação ainda na quarta (16). Diante disso, as Chapas 1 e 2 comunicaram verbalmente à Comissão Eleitoral que seus fiscais não acompanhariam a abertura das urnas, nem o processo de votação. O presidente da Adusb, Marcos Tavares, avaliou que “desde ontem [15] à noite com a greve da Polícia Militar da Bahia e a paralisação da Polícia Civil o clima de insegurança estava posto. Tal conjuntura dificultaria as pessoas de se deslocarem para a Universidade”. Nesse sentido, o presidente da Adusb defendeu que “numa situação como essa o mais recomendável seria a Comissão Eleitoral reavaliar a decisão de manter a eleição”.

Leia o documento divulgado pela Comissão Eleitoral.

Após este anúncio das referidas Chapas, a Adusb solicitou à Comissão Eleitoral que consultasse também a chapa 3 “Excelência acadêmica e Inclusão social” (Paulo Roberto Santos e Fábio Félix) sobre o adiamento da votação. De acordo com o documento divulgado pela Comissão Eleitoral, a chapa 3 afirmou que “se mantém no pleito, pugnando pelo imediato início das eleições(...)” e destacou que “a competência para fixar e/ou alterar o calendário eleitoral é privativa do Consu, de sorte que não há que se falar em adiamento pela Comissão Eleitoral”.

Diante do impasse, por volta das 9h, a Assessoria de Comunicação da Adusb visitou os módulos e constatou o expressivo esvaziamento das salas de aula. No levantamento realizado nos módulos I, II e IV, apenas quatro salas e o salão do júri estavam em atividade. No módulo Luís Antônio também foi constatada a falta de atividades. 

Sobre o esvaziamento do campus, a estudante de pedagogia, Eliene Silveira, afirmou que “fomos para a sala às 7:30 só que quando chegamos, a turma de quase 40 alunos tinha menos de dez presentes, por conta da greve dos Policiais Militares”. Para a estudante, o processo eleitoral estava prejudicado. “Nós discentes precisaríamos estar aqui para a votação”, afirmou Eliene.

Em busca de um posicionamento definitivo, os membros de Vitória da Conquista da Comissão Eleitoral entraram em contato simultaneamente com os membros dos campi de Jequié e Itapetingapara decidir sobre a manutenção ou não do pleito. Em Itapetinga, os quatro membros da Comissão decidiram inicialmente pela continuidade do processo eleitoral na quarta. Por outro lado, em Jequié, três titulares decidiram pelo cancelamento. Já em Vitória da Conquista, três membros votaram pela manutenção. Como não houve consenso entre os membros da Comissão e a falta de condições para votação era evidente, dado ao esvaziamento do campus, alguns membros da Comissão Eleitoral anunciaram que não continuariam na mesma, caso a votação fosse mantida em tais condições. Diante deste quadro, a Comissão divulgou um documento suspendendo o início do processo de votação.

Ainda na manhã da quarta (16), a reitoria da Uesb reconheceu a falta de condições para o funcionamento da Universidade e divulgouportaria suspendendo as atividades acadêmicas e administrativas. O novo calendário eleitoral será discutido nesta quinta (24) durante reunião extraordinária do Conselho Superior (Consu), a ser realizado às 14h no auditório do Cap.

Com a divulgação da nota da Comissão Eleitoral que cita a renúncia de parte de seus membros, a Adusb entrou em contato com os representantes da categoria docente na Comissão e nenhum deles manifestou interesse em se desligar da Comissão, estando, portanto, mantidos os nomes indicados pela Assembleia da Adusb no dia 11 de novembro de 2013.