Usuário de plano de saúde corre risco de ficar sem atendimento

A relação entre os médicos baianos e os planos de saúde está próxima a um impasse. Os profissionais reclamam da defasagem nos valores de honorários, cujo reajuste nos últimos dez anos teria sido de 60%, abaixo da inflação no período, de 90,73%, e bem inferior aos reajustes concedidos aos planos de saúde, que teria sido de 131%.

Além da questão financeira, os médicos querem discutir a questão das negativas de procedimentos e pretendem suspender o atendimento aos usuários de planos de saúde dentro de 60 dias, se não houver acordo.

A expectativa do movimento é conseguir elevar o valor de todas as consultas nos planos para os R$ 80 que já são pagos por um grupo de empresas. No último dia 19, houve uma assembleia que reuniu diversas entidades médicas.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos (Sindmed), José Cayres, todos os planos de saúde já foram notificados sobre a situação. “Os planos de saúde arrecadam dos usuários uma fortuna, mas nós estamos com nossos honorários defasados em 50%”, aponta. 

Segundo Cayres, há seis anos as entidades que operam a saúde complementar gastavam 40% do que faturavam com o pagamento dos médicos. “Hoje eles gastam 20%”, aponta.

Novas coberturas - A partir do próximo dia 7, os 44 milhões de usuários de planos no Brasil vão ter acesso a uma gama de 70 novas coberturas médicas (clique aqui e confira quais são no site da ANS ). De acordo com a médica Fabíola Mansur, por fruto de pressão da classe médica. “Nós solicitamos à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) a inclusão de mais de 500 procedimentos e eles concederam menos de 10%”, aponta a médica.

“Eu acredito que a Agência Nacional de Saúde  ainda tem muito a progredir. Há omissão na regulação desta relação”, afirma a médica, falando sobre a relação entre os pacientes, médicos e planos. “É desfavorável para os médicos e os cidadãos”, avalia.

Fonte: A Tarde On-line