1982: estatuto aprovado e mobilizações históricas

No decorrer de 1982, ano de institucionalização da ANDES e sua apresentação oficial às autoridades públicas, foram desencadeadas diversas lutas no meio acadêmico.

Enquanto buscava formas de intervir politicamente, por dentro da universidade, em uma conjuntura ainda fortemente marcada pela repressão do regime militar, no âmbito da luta sindical a entidade encampava pautas importantes (como a luta pela unificação de bases para carreira docente nas particulares, cujo quadro de professores era ainda mais sujeito a arbitrariedades) e aumentava a pressão contra o Decreto-Lei 6733 , baixado por João Figueiredo, que conferia plenos poderes ao próprio presidente da república para nomear livremente dirigentes das fundações instituídas ou mantidas pela União - incluindo as universidades federais. Foi assim, por exemplo, que o general Figueiredo nomeou seu irmão, Guilherme, como reitor da UNIRIO. 

Duas grandes greves marcaram as campanhas dos docentes naquele ano: a paralisação histórica na Universidade de Brasília (UnB), em novembro - quando o então o reitor José Carlos de Almeida Azevedo foi obrigado a receber pela primeira vez a AdUnB, sem no entanto reconhecê-la como legítima - e a greve nacional das Federais Autárquicas, que uniu professores de mais de 20 instituições de todo o país. Entre as principais reivindicações, estavam a reposição de 23,8% nos salários, aposentadoria integral, direitos iguais para estatutários e celetistas e a reestruturação da Universidade com base na proposta da ANDES -  atualizada permanentemente até hoje, e que se convencionou chamar de Caderno 2 -  Proposta da ANDES para a Universidade Brasileira. É também nesse período que a ANDES passa a integrar a comissão da campanha pelas Diretas Já e participa da I CONCLAT, em São Paulo.

Fonte: ANDES-SN