Com ampla maioria de votos, foi aprovado na tarde deste sábado (19/2) o Plano Geral de Comunicação do ANDES-SN. O auditório lotado evidenciou o interesse dos docentes em discutir o tema, considerado estratégico para o desenvolvimento eficaz do plano de lutas da entidade, e denotou a relevância que a pauta adquiriu neste 30º Congresso.
“Nos grupos mistos, os companheiros e companheiras compreenderam a importância da agilidade no desenvolvimento dos encaminhamentos, fazendo a leitura das sugestões pontuais de maneira positiva. Podemos tratar o assunto com serenidade e eficácia. Que a plenária considere a confluência que houve nos grupos, pois temos de priorizar esse tema - que faz parte da estratégia do sindicato - com muita responsabilidade”, destacou o atual encarregado de imprensa e divulgação do Sindicato, Luiz Henrique Schuch.
Embora as Seções Sindicais tenham levado diversas contribuições para o debate, não houve polêmicas substantivas ao longo dos trabalhos. Logo no início da plenária, a articulação entre as equipes de comunicação nacional e das Seções Sindicais (que incluem dirigentes e profissionais de comunicação) foi explicitada como uma preocupação convergente entre os delegados - que aprovaram o título IV do Texto Documento, referente à constituição das relações internas de comunicação.
A proposta de supressão do trecho que prevê a necessidade de entendimento quanto às concepções de universidade em disputa para a execução das tarefas de comunicação, contudo, gerou preocupação. “Estamos falando de estratégia, e é muito importante para o processo de comunicação que se saiba o que está em disputa na base. Enriquece o debate”, afirmou o encarregado de imprensa.
Já o título VII, que trata do público-alvo das ações de comunicação do ANDES-SN, foi aprovado integralmente. “A definição e a priorização do tipo de ação e instrumento a ser utilizado para cada segmento do público dependerá do momento político e do objetivo, com destaque aos seguintes segmentos: diretores; seções sindicais; membros das diretorias, dos conselhos de representantes e dos GT das seções sindicais; base da categoria em seus diversos perfis; outros segmentos universitários; movimento social e sindical; outros setores sociais; governantes e imprensa”, diz o texto.
Acessibilidade e software livre
Outro tema que estimulou a discussão dos professores envolve a garantia da concepção de acessibilidade no que tange aos veículos de comunicação do ANDES-SN. A proposta de criação e desenvolvimento de instrumentos de comunicação “multisensoriais”, que incluam materiais específicos para portadores de necessidades especiais, gerou várias intervenções e arrancou aplausos da plenária. Para a professora Aline Lima, do Ines, este “é um desafio que todos precisam encampar. Pela posição histórica do ANDES-SN, e obrigação do Sindicato formar os professores nesta área e produzir materiais específicos para estas pessoas”. De acordo com a docente, também é preciso levar em conta a existência de colegas nestas condições. A proposta foi deliberada com a grande maioria dos votos.
A divulgação do uso de softwares livres (de código aberto) na produção editorial dos materiais de comunicação do sindicato, inserido como proposta dos grupos ao texto, também produziu interesse dos delegados. “A propriedade intelectual é um debate conceitual muito importante. Mencionar o uso dos softwares não comerciais e suas licenças faz parte de uma proposta estratégica fundamental”, pontuou o professor Francisco Miraglia, 1º vice-presidente da Regional São Paulo do ANDES-SN e diretor da ADUSP, antes de a proposta ser aprovada pela quase totalidade dos presentes.
Redes sociais e “logomarcas”
Em sintonia com o avanço do uso das redes sociais como ferramentas de comunicação alternativa em todo o mundo, a criação e o aprimoramento dos microblogs do Sindicato também foi apontada como fundamental no debate sobre instrumentos de comunicação. A substituição dos nomes comerciais de programas como Twitter e Facebook no texto entrou em discussão no sentido de não compactuar com determinados grupos hegemônicos de comunicação privada.
A mesma preocupação veio à tona no ponto que trata da identidade visual do Sindicato. Osvaldo Coggiola, 3º vice-presidente do ANDES-SN e diretor da ADUSP, ressaltou preocupação com o termo “marca”. Para Edilson Graciolli, da ADUFU, porém, “marca não deve estar carregada de conotação negativa. Os próprios movimentos sociais criaram elementos de visualização, marcas que sintetizavam suas lutas. A identidade pode se expressar também por meio de marcas”, defendeu.
Alguns itens do TD foram remetidos à votação do Texto Resolução. Entre eles, o estudo sobre viabilidade de criação de uma estrutura de produção de vídeos para o Sindicato Nacional. A pauta foi aprovada e resultado da pesquisa deverá ser apresentada no próximo Congresso, em