Pauta Interna: Manifestação pressiona reitoria

Dando início ao calendário de ações previstas para este mês, a ADUSB-SSind realizou uma manifestação na manhã desta terça, 15, no Módulo da Reitoria para pressionar a administração da universidade a atender as reivindicações da categoria contidas na Pauta Interna e a se posicionar quanto ao Decreto 12.583/11. O ato foi endossado pela participação dos estudantes que também demonstraram indignação com a política de assistência estudantil em curso na UESB. 

Após uma rápida caminhada pelo Campus, o grupo chegou à reitoria e foi recebido pelo vice-reitor José Luiz Rech. Ao abrir o diálogo, o presidente da ADUSB-SSind, Alexandre Galvão, solicitou que a administração se comprometesse, perante o público, a abraçar a causa defendida pelos professores e se posicionasse contrária ao decreto, em defesa da universidade e da comunidade acadêmica. Em seguida explicou os efeitos do decreto no âmbito da universidade relatando a existência de casos de professores que vem excedendo a carga horária para cobrir espaços abertos pela ausência de colegas por motivos de afastamento e a impossibilidade de mudança para o regime de Dedicação Exclusiva (DE).

Ao relatar a inexistência de ações da Reitoria no sentido de solucionar as demandas da Pauta Interna, Alexandre Galvão convocou às categorias a reagirem: “Não podemos continuar no marasmo como se nada estivesse acontecendo enquanto a qualidade do ensino cai”, frisou.

Durante a apresentação das respostas, o vice-reitor se comprometeu a defender as bandeiras apresentadas e afirmou que as levará para o Fórum dos Reitores para que seja tomada uma posição dos gestores contrária à política de ingerência do governo. Ao garantir que o decreto fere a autonomia da universidade se comprometeu em levar a solicitação da realização, no mais curto espaço de tempo, de um Conselho de Ensino e Pesquisa (CONSEPE) extraordinário para discutir os impactos financeiros e acadêmicos do Decreto 12.583/11 e a participar de uma Audiência Pública para tratar deste assunto e da Pauta Interna com a presença de deputados líderes de governo. 

Na próxima quinta, 17, será realizada uma panfletagem como parte do Dia Estadual de Mobilização – com manutenção das atividades acadêmicas – e, ainda neste mês, estão previstas novas manifestações, reuniões e uma paralisação no dia 30 de março com a realização de um Ato Público na Governadoria, em Salvador, e participação na sessão da Assembleia Legislativa no mesmo dia.

Burocracia gera evasão estudantil

Durante a manifestação os estudantes denunciaram que a Política de Assistência Estudantil vem gerando uma grande evasão de alunos por conta da burocracia que leva até três meses em seu processo de seleção. Segundo relataram, no edital até mesmo o antecedente criminal é solicitado, como se não bastasse ter de comprovar o atestado de miséria (questionário socioeconômico e declaração da situação socioeconômica de todos os membros da família). A qualidade e preço da comida servida no Restaurante Universitário também foram questionados. O vice-reitor informou que atualmente R$850 mil são destinados à assistência estudantil, mas para os estudantes o valor é insuficiente.

Os estudantes também denunciaram a inexistência de salas em alguns cursos, levando as aulas a serem ministradas em pequenos espaços provocando um mal-estar e dificultando o aprendizado, e eventuais problemas na distribuição de bolsas de pesquisas, que segundo eles têm privilegiado determinadas áreas.

Em defesa das bandeiras dos estudantes, os professores sugeriram que a Reitoria reveja a política estudantil, proporcione condições de trabalho e convivência reavaliando os sistemas de atendimento e acompanhamento. Também na quinta, 17, às 18h, a ADUSB-SSind realizará uma reunião com os estudantes do Campus de Vitória da Conquista.

Fonte: Ascom ADUSB-SSind