Com muita animação coluna da CSP-Conlutas exige aprovação do PLC 122 que criminaliza a homofobia

 

Foto: Agência Brasil 

A segunda Marcha Nacional Contra a Homofobia, ocorrida no dia 18 último, reuniu cerca de 5 mil pessoas segundo seus organizadores. Num clima de força e animação devido ao recente reconhecimento por parte do poder judiciário da união civil homoafetiva os manifestantes tomaram a explanada dos ministérios para exigir mis direitos.

A CSP-Conlutas e Anel marcaram presença com sua coluna combativa. Militantes de Brasília, Rio de Janeiro e Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo, munidos de faixas, bandeiras, bonecos de Bolsonaro e Dilma, cartazes e uma bateria de agitação exigiram a aprovação do PLC 122 (projeto de lei), que criminaliza a homofobia.

A delegação de São Paulo, com cerca de 80 ativistas, chegou na hora da falação de Marta Suplicy, entoando palavras de ordem de exigência ao governo por medidas efetivas em favor dos direitos dos homossexuais, o que colocou os governistas numa verdadeira saia justa. O encontro das delegações da CSP-Conlutas e ANEL no meio do ato deu uma virada na atividade, fortalecendo a coluna classista que chegou perto dos 150 ativistas e dando outra tônica para o ato.

A agitação e as palavras de ordem de exigência a Dilma pela aprovação do PLC-122 se alastraram e contagiaram o demais ativistas, mostrando a enorme disposição de luta do movimento.

Para o governo nem tudo foi festa

Embora os parlamentares do governo tenham tentado fazer da marcha um ato de comemoração dos supostos avanços promovidos por Lula e Dilma, nossa coluna mostrou que há muita luta pela frente, pois até agora a única medida de peso em favor dos LGBTs veio do judiciário.

O representante da CSP-Conlutas, Douglas Borges falou sobre a recente conquista do movimento GLBT. “Conseguimos, o reconhecimento da união civil de pessoas do mesmo sexo. Isto não foi um presente do STF, mas uma conquista arrancada pela luta do movimento. Agora estamos mais fortes para exigir não só do Congresso Nacional, mas também da presidente Dilma a aprovação do PLC 122, e da PEC que regulariza a o casamento civil dos homossexuais. Por isso, é fundamental que o movimento construa a unidade com demais movimentos combativos, como sindical, estudantil e popular.”, disse aos manifestantes.

Representando a ANEL, Guilherme Rodrigues falou da violência contra homossexuais que vem aumentando nos últimos anos, principalmente sobre a juventude e também dentro das universidades.

Os militantes do SINDISEF-SP foram saudados no carro de som pelos organizadores da marcha e receberam agradecimentos pelo apoio e pela força de sua delegação na atividade.

A Marcha, que se iniciou na Catedral, percorreu a Esplanada Ministérios e seguiu com muita disposição até o Congresso Nacional, terminando em frente ao Supremo Tribunal Federal.

 O exemplo da luta

Diferentemente da maioria das Paradas do orgulho Gay, esta marcha deu o exemplo de que é preciso lutar e é possível avançar. O teor de reivindicação, de politização e o ânimo dos ativistas mostrou que podemos mudar os rumos do movimento LGBT do país. Somente com isso conseguiremos mais vitórias.

A coluna classista da CSP-Conlutas e da ANEL mostrou também que a unidade entre homossexuais, trabalhadores e juventude é a chave para o avanço. Nossas fileiras contaram com a importante participação de professores, servidores públicos, trabalhadores dos correios, da saúde, estudantes, militantes do movimento, etc. Foi uma coluna realmente representativa do que é a proposta da CSP-Conlutas, a unidade de todos aqueles que lutam contra a opressão e a exploração para construir uma sociedade mais justa e igualitária.

O exemplo que foi dado em Brasília não deve ser esquecido. Cada sindicato e movimento que compõe nossa central deve se orgulhar desta ação.

Plenária do Setorial GLBT após a Marcha

Depois do ato vitorioso, os ativistas de nossa coluna fizeram uma plenária na CONDSEF onde puderam avaliar a importância da marcha, da luta por nossos direitos, o papel do governismo e principalmente o papel dos sindicatos de luta no apoio das reivindicações dos LGBTs. Com muitas declaração emocionadas, os ativistas das delegações dos quatro estados presentes puderam compartilhar suas experiências e reconhecer sua luta na luta de cada um ali presente. Todos saíram mais fortalecidos e dispostos a levar esse debate para a base de suas categorias e movimentos.

CSP-Conlutas participa do 8° Seminário GLBT

No Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, 17 de março, aconteceu o 8° Seminário Nacional LGBT, no Congresso Nacional. A CSP-Conlutas participou do evento, que contou com a presença de diversas entidades e representações políticas.

Douglas Borges falou aos presentes no evento sobre o aumento da violência contra homossexuais. “Aqueles que destilam ódio e preconceito, como o deputado Jair Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia, tem as suas mãos sujas de sangue. Estamos cansados de enterrar os nossos mortos”, ressaltou. “Vamos exigir que cada parlamentar diga se é a favor ou contra a criminalização da homofobia e que também a presidente Dilma se posicione sobre o PLC-122. Se ela for a favor vamos exigir da presidente que mova sua base aliada para aprovar o projeto”.

Sua intervenção foi muito aplaudida e bem recebida pelos presentes. Além disso, abordou a importância do movimento continuar lutando pelos seus direitos e buscar a independência dos governos e do empresariado.


Por Douglas Borges e Bianca Pedrina

Fonte: CSP-Conlutas