Reunião da Coordenação Nacional da CSP- Conlutas

Nesta sexta-feira (5), primeiro dia da reunião da Coordenação Nacional, os trabalhos se iniciaram com o debate sobre conjuntura nacional, internacional e atividades para o próximo período. O destaque foi a Jornada Nacional de Lutas que ocorre de 17 a 26 de agosto.

Internacional - O membro da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas, Zé Maria de Almeida, deu informe sobre a situação política no marco internacional alertando que nos países da Europa, se configura o aumento da dívida pública dos estados. “Os cortes nos gastos trazem consequências para a população, com ataques na aposentadoria, aumento do desemprego, retirada de direitos”, enfatizou, reafirmando que essa situação leva a um crescimento da resistência dos trabalhadores. Zé Maria abordou também a nova retração econômica nos EUA e o acordo para aumentar o teto da dívida pública no país. Além disso, foram ressaltadas as mobilizações que ocorrem no norte da África, com exemplo mais recente da Síria.

Nacional – O dirigente salientou que o governo Dilma continua sendo apoiado pela população, mas apesar deste fato, há um acúmulo de contradições que se apresentam aos trabalhadores.

Para o membro da Secretaria Executiva, o Governo Dilma se esforça cada vez mais para diminuir os gastos sociais, não concedendo, por exemplo, nenhum reajuste para os servidores públicos. Ao mesmo tempo utiliza-se da política de cortar impostos e financiar indústrias. “Os bancos aumentaram sua rentabilidade em 400% desde o governo FHC. Ou seja, para os trabalhadores arrocho e para os empresários e os banqueiros recursos públicos”, denunciou.

No Brasil há uma desaceleração do crescimento, mas os efeitos da crise ainda não foram sentidos pela classe trabalhadora. “Não vivemos a mesma situação de lutas que vemos na Europa. Porém, as consequências da situação internacional devem chegar ao Brasil. Uma desaceleração dos EUA afeta a China e é inevitável que afetará o Brasil. O motor fundamental da crise na Europa e nos EUA é o endividamento público”, explicou o dirigente.

Zé Maria finalizou convocando a todos os trabalhadores a se integrarem na Jornada de Lutas. “Vamos unir todos os que já estão lutando, os que entrarão em campanha salarial, os que lutam por demandas específicas e construir a Jornada Nacional de Lutas de 17 a 26 de Agosto com destaque para a marcha no dia 24 de Agosto. Esta é a única forma de construir o processo de desestabilização da política que esta sendo aplicada”.

Após o informe de Zé Maria, o debate foi aberto ao plenário. Na ocasião surgiram informes sobre processos de lutas nas categorias e de como essas atividades serão integradas na jornada de lutas.

Atividades nos estados e preparação para a Jornada – O membro da Secretaria Executiva, Atnágoras Lopes, falou sobre a volta da mobilização em Pernambuco nas obras de Suape. Segundo o dirigente, a greve durou quatro dias e esses operários têm enfrentado duros ataques ao livre direito de mobilização. Atnágoras ressaltou a importância de neste momento se buscar o dialogo com esses trabalhadores em luta. “Sozinhos eles não serão capazes de dar a resposta contra esses ataques”, finalizou, salientando que só com a união de todos os trabalhadores é possível alcançar a vitória.

Magno Carvalho, do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), falou da Campanha pela Abertura dos Arquivos da Ditadura. Carvalho reafirmou o posicionamento da Central que exige a abertura imediata dos arquivos, a punição imediata dos torturadores e a criação de uma comissão da verdade.  Famílias que integram esse movimento também estarão presente nas atividades do dia 24 de agosto em Brasília.

Foi informado pela representante do SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro), Eliana Cunha, sobre a greve dos professores que segue forte desde o dia 7 de junho. Foi destacado também a importância do apoio de outras categorias ao movimento grevista.

O representante do Andes-SN, Cunha,  falou sobre a mobilização dos servidores públicos, que ocorreu de 17 a 21 de maio. Foi salientado também a importância de encaminhar a campanha pela aplicação dos 10% do PIB  para a Educação em todas as categorias.

Nas intervenções, os companheiros dos Correios ressaltaram a participação na Jornada com a realização de uma assembléia no dia 23. Também os petroleiros do Sindpetro-RJ, em campanha salarial, estão se preparando para  o dia  17,  combinando com jornada, uma greve nacional dos trabalhadores FNP (Federação Nacional dos Petroleiros). Os metalúrgicos realizarão um grande ato em São José dos Campos (SP) no dia 19, e em Belo Horizonte (MG), no dia 18,  e também se integrarão a marcha no dia 24, em Brasília. Ainda em Minas Gerais, nesta data, professores em greve farão manifestação, movimentos populares realizarão ocupações urbanas, além da plenária da campanha do Minério Tem Que Ser Nosso, prevista para ocorrer neste período. No Ceará, no dia 19, os rodoviários farão paralisações junto com os trabalhadores da construção civil.

O dirigente da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, abordou o “Plano Brasil Maior” que desonera a indústria. “O governo cortou 50 milhões de reais de verbas publicas para a Educação, Saúde e pagamento de funcionários públicos, e agora dá 25 bilhões de reais para as empresas. Nossa central deve se posicionar contrária a esse plano que é para ajudar os empresários e não os trabalhadores”, disse.

Por isso, segundo Mancha, a jornada tem um papel fundamental de  denunciar esse plano bem como o  pacto social, que também é uma forma de acordo que beneficia só os empresários, já que acaba com diversos direitos dos trabalhadores . “Se o Brasil cresceu é para dar dinheiro para os trabalhadores e não para os empresários”, finalizou.

Ou seja, todos estão preparando sua participação em cada estado para uma vitoriosa jornada de lutas.

Primeiro Congresso da CSP-Conlutas em 2012 – Na parte da tarde, o membro da Secretaria Executiva, Sebastião Carlos, o Cacau, falou sobre os preparativos para o 1º Congresso da CSP-Conlutas em 2012. O dirigente salientou que o processo de consolidação do Congresso deve ser fruto das assembléias de base e de que essa reunião da Coordenação daria inicio para o debate. “Devemos ampliar nossas lutas para as diversas áreas do movimento sindical popular e estudantil”, informou.

A proposta de resolução é de que o Congresso seja realizado entre os dias 27 de abril e 1º de maio de 2012, com o seu encerramento em um grande ato no dia do trabalhador na cidade de São Paulo.

Serão amplamente debatidas com as bases essas resoluções e serão novamente discutidas até a próxima Reunião da Coordenação, com proposta de data para os dias 21, 22 e 23 de outubro no Rio.

As propostas de datas e local do Congresso foram amplamente discutidas. As resoluções sobre esse e outros temas, serão apresentadas no domingo.

No sábado ocorre o debate sobre opressões. As questões de gênero, raça e de orientação sexual implicarão no debate sobre machismo, racismo e homofobia sob a ótica dos trabalhadores.