Marcha unificada reúne 20 mil manifestantes em Brasília nesta quarta-feira

Cerca de 20 mil ativistas de vários campos da esquerda participam de uma marcha em Brasília nesta quarta-feira (24). A manifestação começará às 9h no estádio Mané Garrincha, passará pelo centro de Brasília, rodoviária, Praça dos Três Poderes e se encerrará com um ato em frente ao Congresso Nacional.

Às 11h30, representantes das entidades participam de audiência com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Também haverá audiências com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Britto.

Participam do ato organizações de esquerda que fizeram campanha para Dilma Rousseff nas eleições do ano passado e outras que não apoiaram a presidente.

Confirmaram presença o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o MAB (Movimento dos Atingidos pelas Barragens), a Via Campesina, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), o MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade), as centrais sindicais CSP-Conlutas e Intersindical, além de sindicatos e entidades estudantis.

Cada entidade tem reivindicações específicas, mas há uma pauta unificada. Entre as exigências estão o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, a recomposição do orçamento federal, o uso de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação, o veto às mudanças do Código Florestal e a realização da reforma agrária.
Ações da Via Campesina

A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, se reuniram nessa terça-feira (23) com cerca de 30 representantes dos movimentos sociais que integram a Via Campesina - entre eles o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

Segundo a assessoria do MST, o governo federal ficou de dar uma resposta às exigências dos trabalhadores até sexta-feira (26). O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin e o secretário adjunto de política econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, estiveram no encontro desta terça.

Na quinta-feira, os militantes se reúnem com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Incra, Ministério da Agricultura e Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Na sexta, haverá uma reunião com o Ministério da Fazenda, MDA e secretaria-geral da Presidência sobre o endividamento dos pequenos agricultores e assentados da reforma agrária.

Os camponeses ocuparam na terça, por sete horas, o prédio do Ministério da Fazenda em Brasília. Na segunda-feira (22), os movimentos deram início à Jornada de Lutas, com atos e ocupações de fazendas e prédios públicos em 16 Estados e no Distrito Federal. As ações devem continuar acontecendo até o final da semana. Cerca de 4.000 camponeses permanecem acampados no ginásio Nilson Nelson, em Brasília.

Na reunião, os movimentos entregarão a Carvalho uma lista que reúne seis reivindicações emergenciais, além de 12 medidas de médio prazo e 12 propostas estratégicas permanentes. As reivindicações estão reunidas em um documento intitulado “O que queremos do governo Dilma”.

Fonte: UOL