A Jornada Nacional de Lutas continua nas campanhas salariais e nos 10% do PIB já!

Estamos todos de parabéns! A Jornada Nacional de Lutas, de 17 a 26 de agosto, foi um sucesso. A CSP-Conlutas esteve presente em cada uma das mobilizações, assim como suas entidades filiadas. As audiências realizadas com o governo e órgãos institucionais mostraram que a força do movimento obrigou-os a nos receberem.
Mas, além de mobilizarmos centenas de milhares de trabalhadores em todo o país, cujo ápice foi a Marcha em Brasília com 20 mil lutadores nas ruas, a nossa luta continua.
Agora, por meio das categorias que estão em campanha salarial e da campanha pelos 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a Educação Pública já.
Metalúrgicos, servidores públicos, petroleiros, bancários, eletricitários, trabalhadores em processamento de dados e trabalhadores dos Correios, importantes categorias nacionais, estão em campanha salarial. Esses trabalhadores devem despontar na luta para fechar bons acordos, o que não será fácil a depender do discurso do governo de Dilma Rousseff de não querer dar reajustes para não ‘desequilibrar’ a economia. Coisa que os empresários adoram.
A campanha dos 10% do PIB para a Educação já começou a crescer nas universidades e escolas. Após a plenária da campanha em Brasília, no dia da marcha, estudantes e servidores da área de educação estão levando essa bandeira para dentro das escolas e das universidades, assim como os diversos Cefets (Centros Federais de Educação Tecnológica).
 

É necessário fortalecer as campanhas salariais e pelos 10%

É fundamental fortalecermos cada uma das campanhas que estão acontecendo. Apoiar a mobilização de cada categoria em luta. Isto porque o governo Dilma não reduzirá a ofensiva sobre os trabalhadores para tentar ‘estabilizar’ a economia diante da crise.
Dias atrás, ao invés de atender as reivindicações dos trabalhadores, dos aposentados e dos movimentos sociais, o governo anunciou a destinação de mais dinheiro para o pagamento de juros da dívida pública.
São mais R$ 10 bilhões, que vão totalizar R$ 127,9 bilhões do chamado “superávit primário”, que, em resumo, é a economia que o país faz para pagar os juros da dívida. É dinheiro que sai do Orçamento da União, dos gastos com saúde, educação, habitação e outros e vai para o bolso dos banqueiros. Incluindo os gastos de estados, municípios e empresas estatais.
O governo Dilma que já havia anunciado, no início de 2011, um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento. Isto além do programa “Brasil Maior”, que destinará R$ 25 bilhões aos empresários, com isenção fiscal para vários segmentos e os R$ 40 bilhões dados aos empreiteiros corruptos para as obras da Copa e da Olimpíadas.
Traduzindo essas iniciativas neoliberais do governo, para os trabalhadores significa arrocho aos servidores públicos e aposentados e cortes nas áreas sociais, além de desestimular qualquer aumento salarial. Há duas semanas, o Planalto já havia vetado qualquer tipo de aumento real aos aposentados no próximo ano. Isto sem levar em consideração que o reajuste de 4,5% sobre a tabela do Imposto de Renda (IR), em vigor desde abril, promove uma nova alta disfarçada da carga tributária que anula o aumento real de salários que for conquistado por parte dos trabalhadores este ano.
Portanto, mais do que nunca temos de continuar lutando. O governo Dilma quer evitar a crise econômica às custas dos trabalhadores. E se Dilma diz que o Brasil cresceu, está na hora de repartir o bolo, trabalhador quer o seu, até porque todos sabemos que os patrões podem dar aumento, pois, a economia brasileira segue crescendo apesar da crise internacional e que as empresas tem tido lucros altíssimos em diversos setores.

Fonte: CSP-Conlutas