Bancários negociam com a Fenaban nesta quinta

É hora de fortalecer a greve!

 

A greve nacional bancária continua forte, chegando ao 17° dia. Na Caixa Econômica Federal, em São Paulo, 213 agências estão totalmente fechadas, 36 funcionam parcialmente e somente 7 estão abertas. No Rio de Janeiro, 45% do funcionalismo da rede de agências do Banco do Brasil não registraram entrada no ponto eletrônico, contra 40% da greve passada. Nas áreas de retaguarda do Banco do Brasil, ou seja, quem não trabalha diretamente com o atendimento, da Caixa Econômica Federal, os índices de paralisação são bastante altos. No geral, os dados da CONTRAF/CUT apontam que, no 15° dia da greve, existiam 9.165 agências fechadas no país.

Finalmente, a FENABAN marcou negociação para esta quinta-feira (13), às 16 horas. O MNOB (Movimento Nacional de Oposição Bancária) acredita ser muito importante ter a negociação, porém sabe que a categoria precisar estar em alerta, pois existe uma grande possibilidade de que, a exemplo do que ocorreu nos últimos anos, o sindicato apoie e defenda em assembleia a aceitação de uma proposta rebaixada, aquém do que os bancários podem conquistar. Os bancários que reafirmar a decisão tomada pela última assembleia de São Paulo, por iniciativa da oposição: “não aceitamos nenhuma proposta que inclua desconto ou compensação dos dias parados. Também não podemos aceitar propostas que estejam abaixo do patamar conquistado no BANPARÁ e BRB”.

 

A defesa do Direito de Greve

 

Os bancários não podem aceitar que o governo continue atacando o direito à greve. Dilma está tentando impor o desconto dos dias parados, como fez com os companheiros dos Correios para penalizar todos os que fizeram greve e derrotar todos os trabalhadores do país. A tentativa de disciplinar o movimento grevista tem uma clara intenção: evitar movimentos nos próximos anos e obrigar os trabalhadores a pagar pela crise econômica mundial que ainda não chegou com força ao país.

A categoria tem que aumentar a pressão sobre o governo Dilma para que abra negociações específicas no Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Os sindicatos da Bahia e de Bauru já aprovaram a publicação em jornais de cartas exigindo que o governo abra estas negociações e também denunciando o ataque ao direito de greve. A assembleia de São Paulo  aprovou enviar uma carta à Dilma, mas precisamos exigir que ela seja publicada em um jornal de grande circulação nacional. Independente da negociação com a FENABAN, o comando nacional precisa manter o pedido de audiência com Dilma para deixar claro que os bancários não aceitam o ataque ao direito de greve que o governo tem feito.

 

 Unificar com as demais categorias em luta

 

 Para enfrentar a intransigência do governo, também necessitamos de unidade com outros setores em greve e mobilização. A manifestação convocada pela CONTRAF para esta sexta- feira tem que ser unificada com os funcionários do judiciário federal, que estão em greve, com os controladores de aeroportos, que têm paralisação de 48 horas marcada para o dia 20 e com os petroleiros, que estão em campanha salarial. Não podemos aceitar o que aconteceu na última terça, quando mais de mil trabalhadores do judiciário federal fizeram um protesto na Paulista, em São Paulo, enquanto os bancários faziam um ato isolado na Praça Patriarca com apenas 200 pessoas.

 

Participe das atividades para fortalecer a greve

 

Esta quinta-feira é um dia muito importante, pois os bancários terão negociação com o governo e empresa. É fundamental que a categoria, além de permanecer em greve, participe das atividades e dos piquetes que puderem.

 

 Todos à assembleia!

 

 

Em vários locais não há assembleia para avaliar e definir os rumos da campanha. Isso é muito ruim, pois enfraquece o movimento. Provavelmente, os bancários terão assembleia na sexta-feira para deliberar sobre a proposta da negociação. Nos últimos anos, os sindicatos tem feito um operativo com a direção dos bancos públicos: quando querem acabar com a greve, convocam assembleias para as 19 horas e os bancos convocam os administradores para comparecerem e votarem pela aceitação de acordos rebaixados, pondo fim a greve. Precisamos convocar os colegas a comparecerem à assembleia, pois não podemos deixar que quem defina a aceitação ou não da proposta seja quem não fez greve.

 

Greve dos Correios

 

Na 3ª feira, no 28º dia de greve, houve o julgamento do dissídio coletivo dos trabalhadores dos Correios. Foi concedido apenas o índice de inflação (6,78%). A greve não foi considerada abusiva, mas foi determinado o desconto de sete dias e a compensação dos outros 21. O TST também aprovou os R$ 80,00 de valor fixo no salário a partir de 1º de outubro (na conciliação seria a partir de 1º de janeiro de 2012). Foi aprovado ainda o vale extra de R$ 575 para dezembro, vale-alimentação de R$ 25 e vale-cesta de R$ 140. Após o julgamento das reivindicações, foi determinada a volta ao trabalho à 0h de quinta-feira (13).

Segundo Geraldo Rodrigues, o Geraldinho, membro da Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios (FNTC), oposição à maioria da Fentect, que acompanhou o julgamento em Brasília “o sentimento da base da categoria é de muita revolta”, diz. Foi a primeira vez na história que a ECT determina o corte nos salários de grevistas. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, chegou a comparar na imprensa a greve com férias.

Porém a categoria não sai desmoralizada porque foi a força de greve que conquistou para o mísero salário base de R$ 807,00 a reposição de R$ 80,00, que significa 10%. Após as primeiras semanas de forte paralisação, o governo já aceitava conceder aumento real, mas só após 2012. Agora, mesmo a determinação rebaixada do TST já contempla reposição já. “Foi a força do movimento que arrancou o aumento já”, explica, Geraldinho.

O segundo grande momento dessa greve foi a verdadeira rebelião de base que atropelou a direção majoritária da Fentect (PT e PCdoB) em todo o país. No dia 4 de outubro, a maioria do Comando Nacional de Greve havia firmado acordo com a direção da empresa durante audiência de conciliação no TST que abria mão dos dias parados. Apesar de a Fentect orientar a aprovação da proposta nas assembléias do dia seguinte, todos os 35 sindicatos que compõem a Federação rejeitaram por unanimidade o acordo.

A direção dos sindicatos não foi capaz de realizar asssembleias representativas para debater a decisão do TST. Em São Paulo, foi realizada uma assembleia no feriado onde os trabalhadores somente foram informados que deveriam retornar ao trabalho e no Rio, o sindicato simplesmente desmarcou a assembleia e comunicou que a greve estava encerrada.

  

Fonte: Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte – Retirado da página da CSP-Conlutas