Democratização da comunicação é tema de GT do ANDES-SN

A luta pela democratização da comunicação foi tema de discussão do primeiro dia de reunião do Grupo de Trabalho de Comunicação e Artes do ANDES-SN. Diretores e jornalistas do ANDES-SN estiveram nos dias 6 e 7 de outubro, em Brasília (DF), para dar encaminhamentos na implementação do Plano de Comunicação do Sindicato Nacional.

Na ocasião, foi apresentada a mesa redonda “Luta pela Democratização da Comunicação”, um painel com representação de entidades da área de comunicação envolvidas no debate. O evento faz parte de uma estratégia do ANDES-SN em elaborar práticas eficientes de comunicação que possibilitem mobilização e integração da categoria docente, além de divulgar a as bandeiras de luta da entidade em todo o Brasil.

 

Democratizar a Comunicação

A mesa foi composta por Cecília Bizerra, do Coletivo Intervozes, Agatha Silva, da Executiva Nacional de Estudantes de Comunicaçao (Enecos), Berenice Bezerra, do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (Fndc), e Claudia Santiago, do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC).

As palestrantes apresentaram as ações que estão sendo desenvolvidas pelas entidades na luta pela democratização da comunicação. Ressaltaram também a importância dos movimentos organizados e sociedade civil entenderem a relevância e abraçarem a luta, que na opinião das debatedoras diz respeito a todos.

Para Cecília Bizerra, enquanto a comunicação não for vista como um direito humano e democratizada, o Brasil não poderá ser considerado uma nação democrática. Ela alertou para a necessidade de regulamentação dos meios. “Vários instrumentos para a democratização da comunicação estão previstos na Constituição de 88, mas ainda não foram regulamentados”, ressalta.

A representante do Intervozes apresentou ainda um estudo produzido pela entidade, que avaliou a forma como veículos da grande imprensa retrataram o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, durante a cobertura da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito.

A coordenadora do FNDC, Berenice Bezerra, reforçou a ideia de comunicação como um direito, mas lembrou que esta é mediada pelos meios, que por sua vez são pautados por questões individuais, que refletem a os interesses dominantes de nossa sociedade.

Berenice apontou que se faz urgente mostrar para as pessoas que a luta pela democratização da comunicação não é teórica, nem utópica. “Essa batalha é prática, está relacionada com o dia a dia das pessoas”, observou ela lembrando ainda que os movimentos precisam “agregar forças, pois o nosso inimigo é único. É o grande capital”.

Já a representante da Enecos, Agatha Silva, apontou o momento frágil da luta contra-hegemônica na disputa de projetos de sociedade. Para ela, é necessário ter claro quais as políticas de estado e de governo em relação à comunicação.

Agatha observou ainda como o modelo de produção capitalista tem refletido nas relações dentro das universidades e questionou qual o diálogo de luta que se leva para as classes. Ela destacou ainda a importância da educação à frente dos movimentos de luta contra a retirada de direitos sociais.

Claudia Santiago apontou o valor da imprensa sindical no processo de luta contra o capitalismo. Ela destacou a importância dos materiais produzidos pelos sindicatos no combate ao processo de privatização do país, quando a desestruturação neoliberal atacou inclusive a estrutura emocional dos trabalhadores.

A coordenadora do NPC lembrou ainda que o ANDES-SN, enquanto sindicato nacional, com representação em todo o país tem uma grande força para contribuir nessa luta pela defesa da democracia e do direito humano à comunicação.

“Façamos nós por nossas mãos, tudo o que a nós nos diz respeito. Façamos bem feitos os nossos jornais”, finalizou Cláudia fazendo referência à Internacional, hino da luta contra a dominação do capital.

 

Plataformas

As entidades apresentaram uma plataforma fruto da discussão realizada na primeira Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). Os vinte pontos do documento foram submetidos à consulta pública, encerrada na última sexta-feira (7/10). As sugestões devem ser avaliadas e o texto resultante será encaminhado ao ministro de Comunicação, Paulo Bernardo, em 18 de outubro, dia mundial pela democratização da comunicação. Confira aqui a plataforma.

 

Fonte: Andes-SN