“Adusb Debate” projeto de Universidade do ANDES

O Andes-SN defende uma Universidade que atenda aos interesses da população, de forma laica, gratuita, democrática, de qualidade sem perseguição ideológica. Essa foi a principal defesa do professor Francisco Miraglia, diretor do Andes-SN e membro do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade de São Paulo (USP), que na última quarta,14, foi o convidado do “Adusb Debate” para expor sobre o projeto de Universidade do Andes-SN e as perspectivas do Andes-SN no seio do sindicalismo brasileiro.  

Histórico militante do sindicalismo autônomo, Miraglia é um dos redatores do Caderno 2, na década de 80, bem como da comissão responsável pela reformulação do documento que será apresentado no 31º Congresso. Segundo relatou, o novo Caderno 2 passa a ser dividido em duas partes, composto por um texto que analisa a Conjuntura e outro que aborda os Fundamentos Conceituais acerca da Universidade brasileira.

Ao iniciar a sua exposição, Miraglia afirmou que a educação é um direito público e um dever do Estado e o ensino privado é uma concessão pública que deve está submetida ao interesse e controle públicos. Com base nessa premissa explicou que é necessária uma grande reforma tributária no país para que a Universidade Pública possa cumprir o seu papel de atender a população. “As Universidades são sustentadas por impostos de valor agregado como o ICMS e as classes sociais pagam igualmente, mas quando se pensa na questão do acesso às Universidades Públicas, as chances das classes populares são bem menores”, argumentou ao defender uma transformação na estrutura tributária do país.

Para ele, a universidade pública é uma das instâncias onde deve ocorrer, de forma integrada, a formação profissional e a reflexão crítica sobre a sociedade, assim como a produção do conhecimento, o desenvolvimento e a democratização do saber crítico em todas as áreas da atividade humana. Miraglia detalhou o triple Ensino, Pesquisa e Extensão refutando qualquer iniciativa de indissociabilidade como tem se registrado correntemente no modelo educacional em curso no país.  “A Universidade não é o único lugar onde o saber é produzido, por isso as extensões são um processo importante no aprendizado”, comentou um trecho do Caderno 2 e em seguida defendeu “O saber produzido na Universidade pública é de domínio público”.

Antes de encerrar o encontro, Miraglia comentou a importância da participação do Sindicato Nacional na Central Sindical e Popular – Conlutas, fundada em 2010, após a organização da Coordenação Nacional de Lutas numa frente à Central Única dos Trabalhadores. Segundo relatou, atualmente 162 sindicatos estão filiados à CSP-Conlutas proporcionando uma base de 700 mil trabalhadores. “Estou convencido que é uma proposta da melhor qualidade, pois aumenta a capacidade de interlocução na defesa dos interesses da classe trabalhadora”, defendeu Miraglia.