A advogada Joana Cruz, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), fala na entrevista desta edição, sobre os principais cuidados em relação aos planos de saúde no Brasil. Confira!
Quais são os principais problemas dos planos de saúde no Brasil?
A negativa de cobertura de procedimentos de saúde; a demora no atendimento; reajustes abusivos; cancelamento do contrato pela operadora; medidas que impossibilitam o acesso à saúde aos idosos e demais complicações sofridas pelos consumidores decorrentes da quebra dessas empresas.
As últimas mudanças autorizadas pela ANS vão favorecer o consumidor?
Procedimentos fundamentais para o restabelecimento da saúde do paciente não constam no rol da ANS, em especial os transplantes, como os de coração, fígado, pâncreas e pulmão. O Idec entende que todos os procedimentos que estejam na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde devem ter cobertura obrigatória, e não somente os elencados no rol da ANS.
A ANS só regulamenta os reajustes dos planos de saúde individuais/familiares, mas os reajustes dos planos coletivos, que representam mais de 70% dos contratos existentes, independem de autorização prévia da Agência, o que permite que os consumidores fiquem sujeitos a grandes aumentos no valor pago às operadoras.
Quais os principais cuidados a serem tomados na escolha de um plano de saúde?
Procure verificar se a operadora possui registro na ANS e se está sob direção fiscal ou técnica, o que indica que ela tem problemas administrativos e/ou financeiros. Também devem ser levados em conta os preços e reajustes (inclusive por faixa etária) e as necessidades de toda a família.
Analisar ainda qual a cobertura assistencial (o que será atendido pelo plano), a abrangência geográfica e a rede credenciada. Leve em conta que a oferta de mais ou menos serviços também está ligada ao tipo de plano contratado: referência, ambulatorial, hospitalar ou hospitalar com obstetrícia.
Além disso, verifique se o plano oferecido é coletivo ou individual/familiar.
Fonte: Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região