Governo Wagner confisca 3,34% de reajuste linear

Foto: Ascom Aduneb

Após exatos quatro meses de enrolação, finalmente o governo Wagner encaminhou, na segunda (29), o projeto de lei (PL) para concessão da reposição das perdas inflacionárias referentes a 2012. Entretanto, para a indignação do Movimento Docente e do(a)s demais servidore(a)s o reajuste previsto no PL não se trata dos 5,84% de direito do funcionalismo, mas de apenas 2,5%. Tal corte representa o confisco de 3,34% de reajuste salarial dos mais de 260 mil trabalhadore(a)s de toda Bahia.

Durante os últimos dias o Movimento Docente em conjunto com diversas entidades do funcionalismo público realizaram atividades de mobilização pelo pagamento do reajuste linear retroativo a janeiro. Ironicamente, na véspera do simbólico dia do trabalhador(a), o governo zomba dos servidores e encaminha um projeto de lei que reflete bem o desrespeito com que a classe trabalhadora é tratada na Bahia.

Em resposta, na manhã desta terça (30), o Fórum das ADs, a CSP-Conlutas, FETRAB eoutros sindicatos realizaram um ato público na ALBA contra o PL de 2,5% de reajuste linear. O sentimento de indignação esteve presente nas falas do(a)s servidore(a)s de diversas categorias. Após o ato, o(a)s representantes das entidades se reuniram em uma comissão para reivindicarem junto ao líder do governo, deputado Zé Neto, que o PL não seja levado para votação. Na ocasião, o deputado manteve o discurso governamental de que o Estado está em crise financeira e não se comprometeu a retirar o projeto da votação. Diante do perigo iminente da votação ainda na terça (30), o(a)s servidore(a)s mobilizado(a)s iniciaram uma vigília na ALBA.

Para o presidente da Adusb, Marcos Tavares, que esteve presente nas manifestações, “os servidores públicos demonstraram que não vão aceitar calados a não reposição das perdas salariais decorrentes da inflação de 2012”. O presidente acredita que “a ocupação da Assembleia Legislativa no dia de hoje é só o começo das mobilizações que temos que fazer”. Sobre os próximos passos e expectativas do movimento, Marcos Tavares, aponta “amanhã, 01 de maio, o Governo ficou de receber a FETRAB, o Fórum das ADs, além de outros sindicatos. Cabe ao governo retirar esse PL e encaminhar outro que reponha aos salários dos servidores públicos, com efeito retroativo a janeiro, as perdas inflacionárias medida pelo IPCA, de no mínimo, 5,84%”.