Terceirizados: Uesb impetra mandado de reintegração de posse

Na quinta (17), a administração da Uesb impetrou um mandado de reintegração de posse, referente ao campus de Itapetinga, contra o sindicato do(a)s terceirizado(a)s. Os portões do referido campus foram trancados no dia anterior em protesto contra o atraso de salários e outros direitos trabalhistas. Há uma semana o(a)s trabalhadores dos três campi estão paralisados.

O(A)s terceirizado(a)s do campus de Itapetinga decidiram por trancar os portões da Universidade na quarta (16) para pressionar os responsáveis a regularizar os pagamentos. No mesmo dia, o assunto foi debatido na reunião do Consepe e a Adusb voltou a manifestar apoio à luta do(a)s trabalhadore(a)s sem salário, além de criticar o processo de terceirização e a intenção da reitoria de entrar com ação pela reintegração de posse. Um evento da Uesb estava programado para ocorrer no dia seguinte e o(a)s trabalhadores planejavam permanecer com os portões trancados. Diante da situação, a comissão organizadora entrou em contato com o(a)s trabalhadore(a)s mobilizado(a)s e ao final da tarde acordaram em liberar o acesso do(a)s participantes do evento, desde que o credenciamento fosse feito na portaria da Universidade. No início da manhã da quinta, o(a)s representantes do sindicato foram surpreendidos com a entrega de um mandado de reintegração de posse. Ação altamente desrespeitosa à luta do(a)s trabalhadore(a)s por seus direitos.

Após o recebimento, por volta das 10h o reitor da Uesb, a prefeita de campus e uma representante da Comissão de Recursos Humanos, ambas do campus de Itapetinga, se reuniram com a categoria e seu sindicato. A Adusb também participou da reunião em solidariedade aos trabalhadore(a)s sem salários. Na ocasião, a administração afirmou que o(a)s terceirizado(a)s são funcionário(a)s da empresa HD e que o vínculo com a Universidade seria do campo da “afetividade”. Portanto, a mobilização deveria ser feita em frente à empresa responsável e não na Uesb. A vice-presidente da Adusb regional Itapetinga, Soraya Adorno, se manifestou como contrária a esse posicionamento político e criticou a tentativa da administração em deslegitimar o movimento.

Mesmo sem o fechamento de portões, o(a)s terceirizado(a)s dos três campi permaneceram paralisados até a sexta (18), totalizando uma semana de atividades suspensas. Segundo informações, na tarde de hoje, os salários começaram a serem depositados.

A Adusb repudia o posicionamento político da reitoria em não considerar o atraso dos salários como problema também da Uesb, bem como a ação judicial e não aceitará esse precedente legal como forma de intimidar a mobilização da categoria docente. Em tempo, a Adusb reafirma o seu apoio aos trabalhadore(a)s terceirizado(a)s e continuará a denunciar problemas dessa natureza.