Pagamento de diárias na Uesb segue com atraso de até 6 meses

A crise orçamentária é vivida no cotidiano da comunidade acadêmica. A falta de pagamento de diárias é mais uma de suas facetas. Segundo informações prestadas pelos departamentos, professores(as) aguardam pelos recursos desde agosto de 2014. Em contato com a Assessoria de Planejamento (Asplan) da Universidade, a previsão estimada pelo setor para o início dos pagamentos é o mês de março, quando o sistema financeiro será aberto.

Apenas no Departamento de Ciências Biológicas (DCB), 30 solicitações de diárias para participação em eventos, no valor aproximado de R$ 38,5 mil estão pendentes. No Departamento de História, 19 pedidos ainda não foram pagos. Para a diretora do DCB, Cláudia Coelho, o atraso não é uma situação adequada. “A gente tem que ir para os eventos, custear e ficar nessa insegurança se a Universidade vai pagar ou não o valor”, pontua a docente.

Em entrevista, o gerente de planejamento da Uesb, Adriano Novaes, confirmou a falta de pagamentos e informou que o governo “não estava liberando em parte todo o recurso”. Tal situação teria gerado o que considera como “algumas penalidades quanto à execução das nossas atividades na Universidade”.  Sobre a previsão de pagamento, o gerente informou: “estamos aguardando liberação [do sistema financeiro] para ver o que se faz com as diárias do ano passado”.

Quando perguntado sobre como a Asplan pretende gerir as despesas restantes de 2014 e as que serão realizadas nesse ano, tendo em conta a redução de R$ 1,8 milhões no orçamento destinado à Uesb, o gerente foi inconclusivo. Afirmou apenas que “está vendo alternativas junto ao governo”, mas não apresentou informações concretas sobre uma possível suplementação.

Além da referida redução efetuada pelo governo da Bahia, a Uesb enfrenta ainda problemas internos relacionados ao orçamento. A falta de discussão e transparência das contas da Universidade dificulta a participação da comunidade na gestão dos recursos. “Vamos iniciar o semestre nesse clima de incerteza total”, pois “a gente não sabe o que se dispõe de recurso, o que a Universidade vai fazer, porque certamente só discutiremos isso no dia 25 de março [data do CONSU]”, avalia a diretora do DCB.

Para a presidenta da Adusb, Márcia Lemos, “além da luta pela destinação de 7% da RLI para garantir o financiamento adequado das Universidades estaduais da Bahia, na Uesb, a superação da crise passa pela construção da democracia interna e pela transparência no uso da verba destinada a nossa Universidade”. A dirigente ressaltou ainda a defesa da Adusb pela “implementação imediata do orçamento participativo, construído pelas três categorias, e a garantia da dotação necessária ao pagamento dos direitos trabalhistas”.