“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”

O Dia Internacional das Mulheres não é uma ocasião comemorativa com fins comerciais. Desde a sua concepção, no começo do século XX, a data foi pensada para lembrar e reforçar a luta das trabalhadoras contra a exploração e pela equidade de direitos. O machismo, presente na estrutura da sociedade, é responsável pelos absurdos índices de violência contra as mulheres, salários rebaixados e criação de um padrão de comportamento “feminino” opressor.

Apesar da criação da Lei Maria da Penha, em 2006, os números de assassinatos de mulheres no país ainda são alarmantes. O Instituto Avante Brasil estima que caso os índices de feminicídios não reduzam, 330 mil mulheres serão mortas até 2050. Dados da Organização Mundial de Saúde do ano passado apontam que uma a cada três mulheres no mundo é vítima de violência causada por seus próprios parceiros. Em 2013, mais de 50 mil estupros foram registrados no país, segundo o 8° Anuário de Segurança Pública. No mesmo documento, as autoridades estimam que 143 mil estupros podem ter ocorrido no mesmo ano, pois as pesquisas indicam que apenas 35% das vítimas denunciam este tipo de abuso.

Trabalhadoras brasileiras de variadas ocupações recebem salários menores que homens em uma mesma função. Nas profissões majoritariamente masculinas, as diferenças são ainda mais gritantes. Como se não bastasse a falta de equidade, as mulheres têm uma dupla jornada. De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais, em 2013, 88% das mulheres realizavam afazeres domésticos, enquanto o percentual para homens era de 46%. As horas empregadas nas referidas tarefas eram mais que o dobro para o público “feminino”.

A luta da classe trabalhadora contra a exploração e por uma sociedade igualitária não pode estar descolada do combate ao machismo. Os desafios para as mulheres em tempos de fortes ataques aos direitos são ainda maiores. O 8 de março deve comemorar os avanços conquistados ao longo da história, mas principalmente renovar a confiança de que novos passos serão dados rumo ao fim da opressão.

Nesta perspectiva, a Adusb realizará no dia 11 de março a mesa “Lutas e Desafios das Mulheres Trabalhadoras”. O evento ocorrerá no dia 11 de março, no auditório II do Módulo Luizão da UESB, campus Vitória da Conquista, às 19h, com as professoras Marinalva Oliveira (UNIFAP) e Luciana Silva (UESB). Numa tentativa de promover o acesso à discussão nos demais campi da UESB, a Adusb fará em caráter experimental a transmissão da mesa por meio de videoconferência. Em Jequié, os interessados em participar da atividade devem se dirigir à sala 10 do Módulo Manoel Soares Sarmento. Já em Itapetinga, o evento poderá ser assistido no Auditório do Módulo de Educação.

Saiba mais sobre o evento.

Fonte: Adusb com informações da APRAPR, Instituto Avante Brasil.

Citação do título: Rosa Luxemburgo