Em audiência pública sobre a crise financeira e a pauta interna ocorrida nesta terça (2), em Jequié, a reitoria da UESB se posicionou sobre os problemas apontados na gestão, transparência e democracia no orçamento. A atividade era demandada pela Adusb desde setembro de 2014 e apenas oito meses depois, diante da mobilização da categoria, foi finalmente realizada.
Durante o evento, o reitor da UESB, Paulo Roberto Santos, pela primeira vez se posicionou publicamente contra os ataques do governo ao orçamento das Universidades Estaduais. Enquanto a Adusb denunciava, desde 2013, os cortes para as verbas de manutenção, investimento e custeio, a administração seguia implementando a política de constrangimento financeiro.
Os(As) professores(as) cobraram participação efetiva e democrática da comunidade acadêmica na gestão orçamentária. A falta de transparência sobre as finanças da Universidade foi apontada como um problema que agrava a crise, pois a desinformação dificulta o aprofundamento do debate e a intervenção qualificada da categoria.
A situação precária vivida pelos(as) terceirizados(as) não foi esquecida. A categoria denunciou mais um atraso de salário, bem como a demissão de mais de 100 trabalhadores(as). A reitoria se esquivou da responsabilidade e ainda negou o problema atual.
A atividade foi um importante espaço para o fortalecimento da luta pela pauta interna. É fundamental afirmar que o enfrentamento em defesa das Universidades Estaduais da Bahia deve ser feito tanto em âmbito externo, quanto interno. A troca de acusações entre reitorias e governo não altera a centralidade da luta. Para o movimento docente, duas tarefas estão postas: pressionar o governo a financiar adequadamente o ensino público superior no Estado e exigir das reitorias a elaboração e execução participativa e transparente do orçamento com o envolvimento de toda a comunidade universitária.
Convocação do CONSEPE
O Movimento Docente foi surpreendido no início da semana com a convocação da reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) para o dia 10 de junho. O Comando de Greve considera a atitude um desrespeito ao movimento paredista e já encaminhou ofício solicitando suspensão imediata.
De acordo com o documento, “a Reitoria ao tempo que anuncia o sério déficit orçamentário da UESB e assina a moção de apoio do CONSU ao movimento grevista, convoca reunião do CONSEPE com pontos polêmicos e que interferem diretamente na política acadêmica e de pessoal da Universidade. É importante lembrar que o critério da verdade é a prática”. A categoria exige respeito ao movimento docente!