Em reunião do Conselho Superior Universitário (CONSU), realizada na quarta-feira (14), ficou comprovada a insuficiência dos recursos para o funcionamento da UESB até o final do ano. Além disso, a proposta orçamentária para 2016 novamente não é compatível com as necessidades essenciais da Universidade. O Conselho formou uma comissão para negociar a suplementação de verbas em 2015 e o orçamento para o ano que vem. Em caso de negativa do governo Rui Costa (PT), o CONSU avaliará a possibilidade de suspender atividades nos próximos meses.
A Universidade tem em caixa até o fim de 2015 cerca de R$ 10 milhões. No entanto, suas despesas, como pagamento de água, luz, telefone e trabalhadores terceirizados, chegam a R$ 21 milhões. Significa dizer que mesmo executando apenas o vital, ainda assim a UESB não consegue fechar o ano sem uma dívida de R$ 11 milhões, o que inviabiliza seu funcionamento.
Para 2016 o cenário também é preocupante. As verbas de manutenção, investimento e custeio permanecerão com o mesmo valor desse ano, ou seja, não recuperarão as perdas nominais sofridas desde 2013, nem a inflação do período.
Diante dessa situação, os(as) Conselheiros(as) fizeram uma discussão qualificada sobre a crise orçamentária na Universidade. O governo Rui Costa foi responsabilizado pelo desequilíbrio entre a folha de pessoal e as demais verbas, bem como pelo que pode acontecer à UESB, caso mais recursos não sejam investidos. Diversos departamentos também manifestaram apoio à implantação do orçamento participativo na Universidade como forma de compartilhar o planejamento e a execução dos recursos, pois os problemas financeiros atuais exigem uma gestão transparente e democrática.
A Comissão do Orçamento do CONSU informou que está na etapa final de elaboração da minuta do modelo de orçamento participativo da UESB. O documento será o ponto de partida para as discussões na Universidade sobre o formato a ser adotado. A referida Comissão também fará a projeção de gastos para 2016.
A partir dos dados, outra Comissão se reunirá com Secretarias de Governo e Deputados para apresentar as reais demandas financeiras da UESB no ano que vem, assim como a necessidade urgente de suplementação ainda em 2015. Uma nota sobre a situação também será publicada em breve pelo Conselho.