Alckmin adia reorganização nas escolas estaduais paulistas; primeira vitória dos estudantes rumo à revogação da medida
Foto: CSP- Conlutas

Os estudantes secundaristas mostraram a força que tem um movimento: lutaram, resistiram ocuparam escolas e ruas e conseguiram fazer com que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) recuasse. Em pronunciamento à imprensa, o governador anunciou o adiamento do projeto de reorganização no ensino estadual nesta sexta-feira (4).   “Tomamos a decisão de adiar a reorganização e rediscuti-la escola por escola”, disse o governador. “O ano de 2016, que seria o ano de implantação, será o ano de aprofundar o diálogo. Alunos vão continuar na escola que já estudam, não haverá mudança”, completou.   Para a professora Eliane Nunes, também integrante da Oposição Alternativa, esse recuo do governo é uma primeira vitória, mas também é importante continuar a luta. “Diante de um governo que precisa implementar o ajuste fiscal na esfera estadual é preciso continuar a luta e não baixar a guarda”, alerta.   De acordo com a professora, o governador ter ido à rede nacional reconhecer esse recuo é algo significativo.  A última vez que ele voltou atrás em rede nacional de alguma decisão foi em 2013. À época, estudantes e o conjunto da população foram às ruas contra o aumento das passagens do transporte público e conquistaram a revogação.   O pronunciamento ocorreu no mesmo dia em que uma pesquisa divulgada pelo DataFolha comprovou queda de sua popularidade, atingindo a marca de apenas 28%  de aprovação. Na pesquisa divulgada em outubro do ano passado, 48% dos entrevistados avaliavam o governo como ótimo ou bom.   Também como parte da força do movimento, após o anúncio de Alckmin, o secretário de Educação Herman Voorwald decidiu entregar o cargo.

“Estudantes têm autonomia para decidir sobre ocupações”  

Os protestos contra a reorganização começam em outubro, desde antes do anuncio oficial da medida. As ocupações em escolas se deram no inicio do mês, cresceram e ganharam as ruas, após anuncio do governador de que não ia recuar da medida.   A professora Eliana avalia que rumo a ser tomado diante do anuncio do adiamento da medida com relação às ocupações das mais de 200 escolas deve ser feito pelos estudantes. “Nós entendemos que os jovens devem definir qual o próximo passo do movimento de ocupações, eles têm autonomia para isso e nós vamos continuar apoiando sua luta”, reforçou.

 

Fonte: CSP-Conlutas