8 de Março: Mulheres trabalhadoras unidas pelo fim da sociedade capitalista

Desde a sua criação no início do século XX, o 8 de Março tem como finalidade celebrar a luta das mulheres trabalhadoras por um mundo socialmente igualitário. Ao longo do tempo, diversas vitórias foram arrancadas pelas trabalhadoras, mas ainda são muitos os desafios para a verdadeira libertação das mulheres.

Apesar da efervescência do debate sobre a condição da mulher na sociedade, preconceitos e violências sofridas, as discussões por vezes não são encaminhadas para a problemática fundamental de que a libertação das mulheres está condicionada à superação do capitalismo. Desse modo, a luta feminista está diretamente relacionada à luta da classe trabalhadora contra a exploração da burguesia.

Por que é necessário fazer o recorte de classe no debate feminista?

Mulheres da classe trabalhadora são assediadas em transportes públicos, sofrem com a violência obstétrica, a falta de creches públicas, são demitidas imotivadamente, ainda realizam trabalhos não remunerados e recebem salários menores que os homens. As trabalhadoras enfrentam inúmeras jornadas de trabalho, são responsabilizadas pela educação dos filhos, pelo provimento da família, não possuem direito ao seu próprio corpo e morrem ao realizar abortos clandestinamente. Mulheres da classe trabalhadora são culpabilizadas pela violência cometida pelos seus companheiros e até mesmo por serem estupradas.

O combate pontual às expressões do machismo não emancipará essas mulheres. É preciso mais! É necessária a intervenção nas lutas pelo fim do capitalismo e a construção de um mundo socialmente igualitário.

“A tradição ocidental milenar impõe à mulher o silêncio, a subserviência e o anonimato. As mulheres perdem o sobrenome no casamento, a gramática oblitera a presença feminina, suas manifestações públicas são qualificadas como histeria e nossa história é contada por homens. A sociedade machista e sexista está assentada nessa tradição, que justifica todas as formas de opressão as quais estamos submetidas”, pontua a presidente da Adusb, Márcia Lemos. Para a docente, “a grande tarefa é organizar as mulheres, não para superar as expressões do machismo, mas para superar a ordem que o sustenta, a sociedade capitalista. Queremos ser livres numa sociedade livre das desigualdades sociais.”

A Adusb saúda o movimento feminista e as brasileiras pelo dia 8 de Março, marco histórico da luta das mulheres trabalhadoras. O sindicato também convida toda comunidade acadêmica da UESB a participar da palestra “A luta feminista e a organização das mulheres trabalhadoras”. O evento acontecerá no dia 15 de março, às 19h no Auditório II do Módulo Luizão, UESB campus Vitória da Conquista.