Jornada de Lutas: Centrais Sindicais indicam paralisações nacionais e greve geral
Foto: Andes-SN

Durante os dias 12 e 15 de setembro, trabalhadores de todo o país participaram da Jornada de Lutas Rumo à Greve Geral. Diversas paralisações e mobilizações também foram realizadas nos Estados nesta quinta-feira (15).  A Adusb participou das atividades e realizou debates nos três campi da Uesb.

Em Brasília, os manifestantes montaram acampamento, realizaram uma grande marcha e participaram da reunião ampliada promovida pelo Fórum Nacional dos Servidores Públicos Federais (FONASEFE). Na ocasião, as diversas centrais sindicais aprovaram o indicativo de paralisação nacional no dia 22 de setembro e no dia 29, em unidade com a paralisação nacional dos metalúrgicos. A concentração das mobilizações e paralisações rumo à greve geral também foram unificadas para segunda quinzena de outubro.

JORNADA DE LUTAS

Em marcha noturna realizada na noite da segunda-feira (12), mais de cinco mil servidores públicos, estaduais, municipais e federais, e diversos movimentos sociais e estudantis foram às ruas contra a retirada de direitos e pela cassação do ex-deputado federal Eduardo Cunha. O plenário da Câmara dos Deputados aprovou por 450 a favor, 10 contra e 9 abstenções a cassação do mandato do deputado. Com o resultado, Cunha ficará inelegível por oito anos, mais o tempo que lhe resta da atual legislatura.

Na terça-feira (13), mais de 10 mil pessoas tomaram as faixas da Esplanada dos Ministérios na realização de uma grande marcha. Os manifestantes cobraram a saída do ilegítimo Michel Temer, a retirada de projetos de lei que atacam os serviços públicos, os direitos dos trabalhadores e congelam os orçamentos da União e dos estados como a PEC 241/2016 e o PLP 257/2016 (atual PLC 54/16). Também protestaram contra as reformas trabalhista e previdenciária, já anunciadas pelo governo.

Após o término da marcha, manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam o ministério das Cidades. Através de negociação, eles foram recebidos pelo ministro Bruno Araújo e apresentaram a pauta de reivindicações do movimento.

Integrando a Jornada de Lutas foi realizada na quarta-feira (15) uma reunião ampliada com todas as entidades presentes, encerrando as atividades promovidas em Brasília. Cerca de mil trabalhadores e estudantes participaram da reunião que elaborou um calendário de lutas rumo à greve geral.

DIA NACIONAL DE LUTA

Na quinta-feira (15), foi a vez dos trabalhadores se mobilizarem nos seus estados. A Adusb promoveu debates sobre o ajuste fiscal e a política de desmonte dos serviços públicos, o avanço do conservadorismo no país e os ataques à previdência pública na Bahia.

Em Itapetinga, o debate girou em torno da previdência dos servidores públicos na Bahia e foi mediado pelo professor do curso de Economia da Uesb e estudioso do tema, Vinicius Corrêa. No início de 2015, o Governo Rui Costa (PT) acabou com a aposentadoria integral dos servidores públicos no estado através da criação do PREVBAHIA, uma fundação de direito privado que irá gerir os recursos públicos destinados à previdência sem ser submetida ao Tribunal de Contas.

Em Jequié, o professor Everton Carneiro da UNEB conduziu o debate sobre o avanço do conservadorismo no Brasil e a lei da mordaça. Atualmente, diversos projetos que visam restringir o papel do professor tramitam no Senado e nas assembleias legislativas. Os projetos são baseados no movimento Escola sem Partido, orientado por perspectivas que sustentam e legitimam o ódio ao pensamento de esquerda, o racismo, a LGBTfobia e o machismo.

Em Vitória da Conquista, o professor de Economia da Uesb, Marcos Tavares, realizou o debate sobre o ajuste fiscal e os direitos trabalhistas. Ele apontou como a dívida pública é um mecanismo para o capital e como está associada à proposição de projetos como o PLP 257 e a PEC 241 que visam reduzir os gastos com direitos sociais e acabar com o serviço público.

Com informações do Andes-SN