A comunidade universitária, mais uma vez, mostra o poder da resistência na defesa da educação pública. Nesta quarta-feira (14), o Reitor da Uesb anunciou no Conselho Superior Universitário (CONSU) aumento de 12 milhões no orçamento destinado à universidade para 2017. Na ocasião, conselheiros cobraram uma postura mais firme da administração contra os ataques sofridos pela universidade.
Por meio de estudos, debates, manifestações e paralisações, além das agressões físicas e morais impostas pelo aparato repressor do Estado, a comunidade universitária consegue garantir a sobrevivência da Uesb. Com o respaldo da pressão dos movimentos docente, discente e dos técnico-administrativos, o Reitor Paulo Roberto Pinto cumpre seu papel de gestor ao cobrar mais orçamento para a instituição que tem enfrentado sérios problemas. O anúncio do aumento orçamentário vem após dura manifestação realizada na visita do Governador Rui Costa (PT) em Vitória da Conquista no dia 22 de agosto. Na ocasião, professores e estudantes foram agredidos fisicamente por seguranças.
O orçamento previsto para 2017 é de 55 milhões de reais. É importante lembrar que o valor representa um avanço, mas ainda é insuficiente para suprir as demandas e não repõe as perdas acumuladas que ultrapassam 18 milhões de reais. Também foi sinalizada a liberação de 40 contratações em regime REDA. Atualmente, cerca de 180 disciplinas estão sem professores.
A luta continua! É preciso denunciar a política de contingenciamento do governo Rui Costa e o descumprimento dos direitos trabalhistas, além de continuar cobrando 7% da Receita Líquida de Impostos para as quatro universidades estaduais da Bahia.
Ataques à universidade
A comunidade universitária cobrou posicionamentos mais contundentes da reitoria contra os ataques desferidos à Uesb. Na ocasião, o Reitor classificou as agressões sofridas por professores e discentes, durante a visita do Governador em Vitória da Conquista, como um “incidente”.
Ainda foi cobrada uma ação mais efetiva para melhorar as condições de trabalho na Universidade. Foi questionada a falta de materiais básicos em laboratórios, papel, tonner para impressoras e a má qualidade do serviço de xérox, bem como a péssima situação dos veículos que fazem o transporte de professores, técnicos e alunos.
GESTEC E NIT
A resolução que cria o Sistema de Gestão Tecnológica e Inovação da Uesb e o Núcleo de Inovação Tecnológica. (GESTEC-NIT) foi aprovada. O reitor chegou a usar o voto de minerva para decidir como será eleito o coordenador do núcleo, deixando a nomeação a critério do próprio gestor. Durante a reunião, foram feitas reflexões sobre qual o projeto de universidade adotado na Uesb.
Os conselheiros ainda barraram algumas cláusulas que permitiam o uso irrestrito pelo NIT sobre as instalações da universidade, num processo de concessão dos bens públicos para a iniciativa privada. A resolução que regulamenta os direitos sobre a propriedade intelectual será discutida na próxima reunião do conselho.
A Adusb participou da reunião e cobrou da reitoria um posicionamento sobre a licença sabática e a defesa da comunidade universitária contra as agressões simbólicas e físicas por parte do Governo Rui Costa. O sindicato instigou o debate sobre o projeto de universidade adotado e os perigos da privatização por dentro. Ainda informou sobre a Jornada de Lutas realizada entre os dias 12 e 15 de setembro e os ataques contra o serviço público.