Universidade na Praça denunciou crise orçamentária e arrocho salarial

A população de Vitória da Conquista esteve em contato com o mundo universitário e a luta do Movimento Docente neste sábado (2/9). A atividade Universidade na Praça mostrou projetos de pesquisa e extensão realizados por docentes da Uesb e os riscos que eles correm com os sucessivos cortes de recursos feito pelo governo Rui Costa (PT). Professores e professoras também denunciaram o arrocho salarial de mais de anos.

Durante toda manhã foram prestados dezenas de atendimentos de saúde, feitos desafios com jogos matemáticos, crianças foram iniciadas no xadrez e projetos tecnológicos demonstrados. Houve ainda discussão política e momentos culturais. Tudo isso para demonstrar a importância da Uesb para a região sudoeste da Bahia e o quanto o ajuste fiscal do governo é prejudicial para a educação.

A Uesb atende hoje cerca de 11 mil estudantes, vindos de dezenas de cidades da região, em 87 cursos entre graduação e pós-graduação. Centenas de profissionais são formados em diversas áreas a cada ano, o que contribui para o desenvolvimento social da Bahia. Contudo, o governo do Estado não tem destinado orçamento suficiente para desenvolvimento adequado das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Nos últimos 4 anos o governo reteve mais de R$ 50 milhões das verbas de manutenção, investimento e custeio da Uesb, se tomarmos como base o ano de 2013 e a inflação acumulada no período. 

Professoras e professores são essenciais para a formação da juventude trabalhadora e produção do conhecimento.  O arrocho salarial promovido pelo governo Rui Costa a esses trabalhadores é inadmissível. Os quase 20% de perda salarial, decorrentes do não pagamento da reposição inflacionária, significam o não recebimento de mais de dois meses de salário em dois anos. Direitos trabalhistas garantidos pelo Estatuto do Magistério são deliberadamente descumpridos pelo Estado. São 17 mudanças de regime de trabalho e 61 promoções travadas, sendo 15 para pleno, 36 para titular e 10 para adjunto, sem considerar as centenas de docentes que devem entrar na fila até o final do ano.

Por não aceitarem essa situação, docentes da Uesb aprovaram indicativo de greve no mês de julho. Uma paralisação de atividades com ato público no Centro Administrativo da Bahia, em Salvador, acontecerá no dia 27 de setembro. O Movimento pretende pressionar o governo a abrir as negociações da pauta de reivindicações, protocolada em dezembro do ano passado. Professores(as), estudantes e técnicos(as) que desejarem participar da atividade devem entrar em contato com a secretaria da Adusb do seu campus a partir do dia 11 de setembro.