Dia de Mobilização denuncia desmonte das Universidades Estaduais e dos serviços públicos na Bahia

A quarta-feira (20) foi marcada pelas atividades promovidas pela Adusb no Dia de Mobilização, realizado na Uesb, campus de Vitória da Conquista. Exercícios físicos, rodas de conversas, mesa redonda e momento cultural fizeram parte da programação. Panfletagens também ocorreram nos dias 18 e 19 de setembro como preparação para o evento. Professores(as) e estudantes discutiram as condições precárias de trabalho e estudo como parte de uma política de desmonte das Universidades Estaduais e dos serviços públicos baianos.

A primeira atividade do Dia de Mobilização foi um treinamento funcional com o educador físico Milton Neto. A comunidade acadêmica fez alongamentos e participou de dinâmica em grupo. Durante o café da manhã, o diretor da Adusb, Marcos Tavares, denunciou o esquema fraudulento da dívida pública brasileira e de quais maneiras isso afeta a vida da população. Governos estaduais e federal enxugam investimentos públicos em saúde e educação, por exemplo, para privilegiar pagamento de juros e amortizações da dívida aos banqueiros.

Durante a tarde o debate girou em torno dos direitos trabalhistas e dos serviços públicos. De acordo com a avaliação dos docentes, os patrões têm pressionado para que a classe trabalhadora pague pela crise gerada pelos próprios capitalistas. O serviço público é um dos principais alvos do ataque. Os governos retiram os recursos da saúde e educação, gerando a precarização do atendimento e a ideia de que o serviço público não tem eficiência. A imagem distorcida que é construída dos servidores é de categoria privilegiada e com regalias, para justificar a retirada de direitos trabalhistas. Tudo isso para apontar a privatização e consequentemente o fim dos serviços públicos.

A mesa redonda “Em defesa da Universidade pública, gratuita e de qualidade: A política de desmonte das Universidades Estaduais Baianas”, contou com a participação da União da Juventude Comunista (UJC) e Levante Popular da Juventude (LPJ), que discutiram a realidade do corpo estudantil. Wesley Dantas (UJC) trouxe o histórico da criação do Plano Nacional de Assistência Estudantil e seus reflexos na formulação do Programa Estadual de Permanência Estudantil “Mais futuro”. O estudante criticou a concepção do projeto, seu caráter meritocrático e restringente. Ítalo Viana (LPJ) discutiu as dificuldades de mobilização e os problemas que os discentes enfrentam no dia-a-dia da Universidade. O presidente da Adusb, Sérgio Barroso, ressaltou os impactos dos cortes orçamentários na Uesb. Há três anos a Universidade não publica editais com financiamento interno e mais de R$ 50 milhões deixaram de ser repassados para as verbas de manutenção, investimento e custeio, com referência ao ano de 2013.

Na avaliação do presidente da Adusb, o Dia de Mobilização foi uma atividade importante para a construção da resistência às investidas governo. “O governo Rui Costa vem atacando as Universidades Estaduais de várias formas. É importante o dialogo com a comunidade acadêmica para denunciar estes ataques e mobilizá-la para a necessária luta em defesa dos direitos trabalhistas e das Universidades Estaduais da Bahia. Só mobilizados e organizados poderemos enfrentar os ataques do governo do Estado da Bahia”, defendeu o presidente.