Mestrandos da Uesb articulam ingresso na Associação Nacional de Pós-Graduação

Discentes da pós-graduação da Uesb, campus Vitória da Conquista, organizaram uma assembleia para debaterem sua organização local e entrada na Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG). O estudante do Mestrado em Educação Pedro Alves Castro diz que a iniciativa foi motivada pela “carência de ter algo na Uesb que pudesse agregar os pós-graduandos de todos os cursos”. Na ocasião, foi instaurada uma comissão para organização das eleições da diretoria e construção do estatuto da Associação de Pós-Graduandos (APG), que deve ocorrer nos próximos seis meses.

Veja a carta da comissão.

Segundo Pedro, o objetivo da APG na Uesb é “fortalecer o movimento estudantil dentro da pós-graduação”, pois a categoria também tem “sido afetada com o sucateamento das suas estruturas no desenvolvimento das pesquisas e uma carência muito grande das bolsas, principalmente do CNPq”.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é uma agência de fomento que exerce papel importante no financiamento da pesquisa nas Universidades e Institutos de Pesquisa, inclusive nos programas de pós-graduação, por meio do pagamento de bolsas e custeio de projetos. Muitos pós-graduandos dependem desses recursos como única fonte de renda para pagar as contas e se manterem na Universidade. Apesar da importância, o CNPq tem sido alvo do ajuste fiscal e sofrido consecutivos cortes orçamentários.

Desde 2014, o governo federal investe por ano no CNPq o valor fixo de R$ 1,3 bilhão, sem sequer realizar o reajuste anual da inflação. Em 2017 o órgão recebeu apenas 56% do valor orçado. Faltam, portanto, aproximadamente R$ 505 milhões para fechar as contas até o fim do ano.

O Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), outra forma de financiamento do CNPq, também sofreu contingenciamento. Dos R$ 400 milhões destinados à autarquia, foram pagos apenas R$ 62 milhões até o mês de agosto, o correspondente a 56% do total.

O descompromisso com os repasses já aprovados prejudica o desenvolvimento da pesquisa na Uesb, especialmente no que se refere às bolsas dos estudantes. Diante desses graves problemas, Rívia Santos, componente da comissão da APG, convida a todos os estudantes da pós-graduação a fazerem parte dessa iniciativa. Rívia entende “que um dos perfis da associação é o viés político no enfrentamento dessa crise”, com disposição para a luta pela manutenção do financiamento à pesquisa e contra os ataques aos direitos já conquistados. 

Fonte: Adusb com informações da Agência Brasil