Roda de Conversa em Conquista avança no diagnóstico das opressões na Uesb

A segunda etapa da roda de conversa “Opressões e Assédio na Uesb: Não ao silenciamento!” foi realizada na terça-feira (14) em Vitória da Conquista. A atividade contou com a participação das advogadas Arlene Ribeiro (Célula Mater) e Luciana Santos (CRAV), da ouvidora Liliana Souza (UESB), da psicóloga Sílvia Ticianna (CRAV) e da assistente social Marília Gomes (PRAE/UESB). O evento faz parte das atividades do Grupo de Trabalho de Política de Classe para questões Etnicorraciais, Gênero e Diversidade Sexual da Adusb (GTPCEGDS). A próxima rodada acontecerá no campus de Jequié, na terça-feira (21) às 15h, no auditório da sede da Adusb e contará com espaço infantil.

A representante do GT, a professora Márcia Lemos, abriu os trabalhos com a discussão das opressões enquanto estruturais e inerentes ao capitalismo. “Nosso histórico de colonização é fundado em um processo de extrema violência, no patriarcalismo da sociedade escravocrata. Essas opressões se reproduzem nos nossos espaços de trabalho e estudo, lamentavelmente”, afirmou a docente. Na sequência, a professora Sandra Ramos, também participante do GTPCEGDS, apresentou materiais produzidos pelo Andes-SN contra as opressões e o assédio.

As características dos assédios moral e sexual, importância de romper com o silêncio, bem como os procedimentos jurídicos para as denúncias foram apresentados pela advogada Luciana Santos. Silvia Ticianna, psicóloga do Centro de Referência da Mulher Albertina Vasconcelos (CRAV), ressaltou os efeitos da violência física e psicológica para as vítimas de assédio. O projeto da Uesb, Célula Mater, que atende casos de violência doméstica e contra a mulher, foi apresentado pela advogada Arlene Ribeiro. O Programa de Assistência Estudantil da Uesb (Prae) foi representado pela assistente social Marília Gomes, que discutiu as dificuldades no acolhimento do corpo estudantil em vulnerabilidade social. Já a ouvidora da Uesb, Liliana Souza, tirou dúvidas sobre o processo de tramitação das denúncias que chegam ao setor. As(Os) estudantes presentes também relataram a prática do assédio e do constrangimento na Universidade. Destacaram a vulnerabilidade das(os) discentes que denunciam os abusos cometidos por professoras(es) ou colegas, diante da inexistência de um protocolo institucional que proteja as vítimas, garanta o sigilo e a apuração dos fatos.

Cotas e opressão

O GTPCEGDS apresentou preocupação com a violência sofrida pelas(os) cotistas na Uesb, pois esses grupos tradicionalmente são as maiores vítimas dos assédios moral e sexual. A assistente social do Prae confirmou a situação, pois uma parte significativa das(os) estudantes da Uesb estão em vulnerabilidade social e sofrem as mais diversas formas de violências dentro da Instituição. Participantes relataram casos em que pessoas com deficiência são constrangidas por necessitarem de suporte diferenciado para provas e outras questões.

Desmonte das Universidades

A falta de infraestrutura e de pessoal foi apontada como um dos grandes problemas para o combate às opressões e ao assédio na Universidade. A Ouvidoria e o Prae não possuem salas, equipamentos e profissionais que correspondam à demanda de atendimento ao público.

Após a apresentação do panorama geral das ações desenvolvidas na Universidade sobre a temática da atividade e os relatos dos problemas, ficou perceptível que é imprescindível a criação