ICMS cresce na Bahia, mas 188 professores da Uesb continuam com direitos desrespeitados
Docentes denunciam arrocho salarial na Lavagem do Bonfim 2018 | Foto: Ascom Fórum das ADs

Já são 170 dias de silêncio do governo #RuiCorta sobre as reivindicações do Movimento Docente das Universidades Estaduais da Bahia. A última reunião aconteceu em setembro de 2017 e não houve nenhum avanço nas negociações. Enquanto a propaganda institucional celebra o aumento de arrecadação do ICMS e a melhoria das contas públicas, 188 professores da Uesb permanecem sem direitos trabalhistas atendidos.

Contas no verde

Segundo informações do Instituto dos Auditores Fiscais da Bahia, o crescimento do ICMS (principal imposto do Estado) de fevereiro de 2018 foi 14,52% maior que no mesmo período do ano passado. A Secretaria de Comunicação também anunciou que a Bahia ocupa a 6ª posição no “Ranking dos Estados por Eficiência na Arrecadação de Impostos”. As notícias deixam claro que, mesmo em tempos de crise, a Bahia permanece em uma situação financeira confortável.

O arrocho

O mesmo não acontece com o funcionalismo público do Estado, que amarga uma perda salarial de 21,1%, fruto do não pagamento da reposição da inflação por três anos seguidos. Os professores das Universidades Estaduais da Bahia enfrentam o maior arrocho salarial dos últimos 20 anos. Além do reajuste linear, o governo #RuiCorta também não respeita os direitos trabalhistas. Na Uesb, 103 docentes aguardam por promoção, 43 por progressão e 42 por mudanças de regime de trabalho, conforme dados de fevereiro da Assessoria Especial de Gestão de Pessoas. 

“O governo Rui Costa, do PT, apesar de ter recursos em caixa, apesar das despesas de pessoal estarem bem abaixo do limite prudencial da lei de responsabilidade fiscal, segue com sua política de arrocho salarial, negação de direitos e sucateamento das Universidades. Segue com suas políticas de desrespeito, não negocia”, afirma Sérgio Barroso, Presidente da Adusb. “Com isso força uma situação de radicalização, que, quando ocorrer, será de responsabilidade exclusiva do governo”, conclui.

Descaso

#RuiCorta tem ignorado deliberadamente o Movimento Docente, inclusive não agendando reuniões para negociação. A Assembleia Legislativa da Bahia também tem sido omissa, pois a Comissão de Educação tem se negado até mesmo a marcar audiência pública de discussão, prática que não ocorria em anos anteriores a 2017.

Em protesto, professores da Uesb, Uneb, Uesc e Uefs aprovaram indicativo de greve no ano passado. A luta é pelo pagamento integral da reposição inflacionária (2015 – 2017), reajuste salarial de 5,5% ao ano, respeito aos direitos trabalhistas, destinação de mais recursos para as Universidades Estaduais, ampliação e desvinculação do quadro de professores.

Fonte: Adusb com informações do Instituto dos Auditores Fiscais da Bahia e Secretaria de Comunicação da Bahia