Professores municipais de SP fazem protesto histórico e reafirmam: “Doria, não tem arrego”

No ato desta quinta-feira (15), os professores municipais de São Paulo, em greve desde o dia 8 de março, deram uma demonstração que não vão arregar e seguem na luta contra o ataque à sua Previdência.

 

Uma multidão tomou diversas ruas do entorno num protesto. Eram centenas de milhares de pessoas. De acordo com o Simpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação do Ensino Municipal), cerca de 100 mil participaram da manifestação realizada em frente da Câmara dos Vereadores, que além dos educadores, também contou com o apoio de outros servidores do município.

 

As trabalhadoras(es) mostraram toda sua indignação contra o prefeito João Doria (PSDB). Coincidentemente, há um ano, também contra a Reforma da Previdência, no caso proposta pelo governo Temer, ocorria o 15M – Dia Nacional de Lutas. A data registrou protestos em todo o país, que impulsionou um forte processo de mobilização que culminaria na Greve Geral de 28 de abril. Passa-se um ano e os trabalhadores não deixam de lutar.

 

 

Nesta quinta, enquanto lá fora manifestantes realizavam um ato histórico, dentro da Câmara de Vereadores estava sendo realizada uma audiência pública para discutir o SampaPrev, plano que modifica a Previdência da categoria, que o governo de Doria quer implementar e, se passar, vai aumentar a alíquota de contribuição desses servidores, entre outros ataques.

 

 

Renato Rodrigues, diretor do Simpeem, ligado à CSP-Conlutas, destacou que esse ato pode representar “uma derrota ao projeto neoliberal de Temer e Doria em São Paulo”.

 

A revolta, que já era grande, ganhou mais força após a repressão contra esses trabalhadores no ato de quarta-feira (14), avalia o professor Clóvis dos Santos Costa Junior da CSP-Conlutas. “Não arredamos o pé. Mantivemos a unidade, demos continuidade ao nosso ato e essa assembleia com mais de 100 mil é uma resposta a esse confisco de salário do governo Doria. Esse projeto é um desmonte dos serviços públicos municipais”, reforçou.

 

O fato de a categoria ser majoritariamente composta por mulheres, faz com que o SampaPrev ataque direitos já desiguais, comparados com o dos homens, ressalta  Barbara Soares de Barros, também integrante da CSP-Conlutas.“Somos 85% da categoria e se esse projeto passar fará com que a gente, que já sofre com o machismo social, seja ainda mais punida. Não vamos nos aposentar com dignidade e por isso temos que barrar esse ataque”, afirmou.

 

Ainda com a audiência acontecendo, a categoria saiu em passeata e finalizou o ato na avenida Paulista, onde também estava ocorrendo uma manifestação contra a morte da vereadora do PSOL, Marielle Franco, e de seu motorista Anderson Pedro M. Gomes, assassinados no RJ na quarta-feira (14).

 

 

“Aprovamos a continuidade da greve e terça-feira tem ato unificado de todo o funcionalismo. Só a greve unificada vai derrotar o SampaPrev”, destacou a professora Ariana Gonçalves, dirigente do Sindicato, que integra a CSP-Conlutas.

 

A CSP-Conlutas compõe a diretoria do Sindicato minoritariamente e faz oposição à direção majoritária. A Central participou do ato com suas entidades filiadas e seguirá participando co todas as suas forças e apoiando a categoria em luta.

 

Não ao SampaPrev!

Fora Doria!

Fora Temer!