Nesta sexta, completa-se um ano do #15M, quando a balbúrdia foi às ruas e provocou o Tsunami da Educação

Há um ano, 2 milhões de pessoas tomaram as ruas do Brasil. O chamado “Tsunami da Educação”, realizado em 15 de Maio de 2019, foi a expressão do poder de disposição de luta de estudantes, professores, pais de alunos e trabalhadores em solidariedade de classe contra os ataques do governo Bolsonaro à educação.

De norte a sul do país, nos cartazes, a defesa pelo investimento na ciência e na educação. “Não é mole, não. Tem dinheiro pra milícia, mas não tem para a educação”; “Tira a tesoura da mão e investe na educação”; “Educação não é esmola. Bolsonaro tira a mão da minha escola” foram algumas das palavras de ordem que seguiram o mesmo tom crítico das faixas e cartazes.

Com greves e atos de rua, além dos protestos contra o corte de 30% nas verbas da Educação e a Reforma da Previdência, as manifestações ainda denunciavam perseguição e censura a educadores, além de rebaixamento do conteúdo pedagógico na educação pública. À época, o recém nomeado ministro da Educação, Abraham Weintraub, havia defendido o corte no setor por considerar que o que ocorria nas universidades era uma verdadeira balbúrdia.

Antonio Gonçalves, presidente do Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), filiado à CSP-Conlutas, destacou, em relato compartilhado para o 1º de Maio para a Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas, a interferência do governo de Bolsonaro na escolha de reitores para as universidades. Já na época do #15M, o Tsunami da Educação, isso era amplamente denunciado pela categoria e pelos movimentos estudantis. A luta teve repercussão internacional.

Ministério desastroso –  Neste um ano de gestão da pasta por Weintraub, o ministro coleciona polêmicas no cargo além de diversas medidas de boicote à educação. Para defender seu posicionamento ideológico, exigiu redução no fomento para as áreas de humanas, derrubando em 17% o valor das bolsas aos pesquisadores. Também apresentou o programa “Future-se”, projeto de privatização e precarização da educação e das condições de trabalho de profissionais em educação, além de outros diversos ataques e ofensas públicas aos alunos e à categoria.

A luta continua

Mais recentemente, em meio a manifestações de alunos e da comunidade acadêmica que reivindicam o adiamento da realização do Enem, o ministro declarou, em reunião virtual, que o exame “não existe para combater injustiças.”

Diversas entidades e movimentos da educação, assim como entidades da classe trabalhadora estão em campanha pelo cancelamento da prova. A CSP-Conlutas também está nessa luta juntamente com suas entidades e movimentos filiados. O movimento estudantil Rebeldia, filiado à CSP-Conlutas, está desde o início de maio participando da campanha #AdiaEnem.

O #15M ainda impulsionou mais atos massivos em defesa da Educação até o segundo semestre de 2019, com o apoio de movimentos sociais e de outras categorias.

Via cspconlutas.org.br