Enquanto governos resistem em decretar quarentena, pandemia se agrava e mortes ultrapassam 187 mil

Às vésperas das festas de final de ano, o Brasil ultrapassou nesta segunda-feira (21) a marca de 187 mil mortes pela Covid-19.  Apenas nas últimas 24h, segundo levantamento do consórcio de veículos da imprensa, foram notificados 549 óbitos, totalizando 187.322 vidas perdidas.

Foram registrados ainda 26.871 novos casos, somando 7.264.221 pessoas infectadas no país. A média móvel, que considera dados dos últimos sete dias, foi de 769 mortes, a maior desde setembro, confirmando a escalada de casos no último período.

Das 27 unidades da federação, 14 estão registrando alta nas mortes por Covid0-19: Acre, Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia e Sergipe.

O Distrito Federal e dez estados demonstram estabilidade: Amapá, Amazonas, Bahia, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. Goiás e Tocantins apresentam queda nas médias móveis de mortes causadas pelo novo coronavírus.

A rede privada de saúde e também a pública há vários dias também dão sinais de aumento de internações e esgotamento na oferta de leitos de UTI para a Covid-19.

Em São Paulo, o Hospital Emílio Ribas, referência na área de infectologia, chegou a ter 100% dos leitos ocupados no início de dezembro. No dia 9 a taxa era de 90%. Também foi registrado aumento de internações em outras unidades públicas: a Unidade de Pronto Atendimento de Campo Limpo, no extremo sul de São Paulo, por exemplo, teve um aumento de 65% nos atendimentos de pessoas com Covid-19.

A situação não é diferente em outros estados. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, os relatos são de falta de respiradores e de pacientes que estão tendo de receber ventilação manual.

Quarentena geral, já! Por um plano nacional de vacinação para todos

Com as festas do final de ano se aproximando e a queda no isolamento social, a tendência já apontada por especialistas é de que o quadro se agrave. Entretanto, até agora os governos se negam a aumentar as restrições.

Nesta terça-feira (22), o governo João Doria anunciou que colocará o estado em fase vermelha nos dias 25, 26 e 27 de dezembro e nos dias 1, 2 e 3 de janeiro.  E irá reavaliar o quadro no dia 7 de janeiro. Foi uma resposta à pressão diante do agravamento na situação do estado nas últimas semanas, mas uma medida ainda insuficiente para combater a disseminação.

O fato é que, assim como foi durante o período de campanha eleitoral, com o período de festas de final de ano, os governos se omitem novamente em tomar medidas efetivas para barrar a disseminação da Covid-19.  Sem uma ação coordenada, desde o governo federal até os governos estaduais e municipais, o cenário no país é de cada vez menos isolamento social, com praias lotadas, bares e restaurantes com aglomerações.

Bolsonaro também segue minimizando a gravidade da situação, mentindo que a pandemia “está no finalzinho” e dando declarações que confundem e desestimulam a população a tomar a vacina contra a Covid-19. Uma política criminosa e genocida.

Segundo Bolsonaro, é apenas um pequeno “repique” e pressa por vacina não se justifica. 

A CSP-Conlutas segue defendendo o Plano Emergencial de combate à pandemia e a crise no país, que apresenta propostas para, de fato, proteger a vida e garantir a sobrevivência da classe trabalhadora, principalmente os mais pobres, e pequenos proprietários. Os recursos do país, em vez de serem destinados para garantir o pagamento da ilegal Dívida Pública a banqueiros e os lucros de grandes empresários e do agronegócio, devem ser destinados para atender as necessidades do povo.

A reunião da Coordenação Nacional da Central reafirmou em sua última reunião do ano as nossas bandeiras de luta:

  • Aumento do auxílio emergencial e seguro desemprego digno a todos que não tiverem emprego! Nenhuma ajuda permanente aos banqueiros. Pagamento do 14° salário para aposentados.
  • Vacinação Já para toda a população, com garantia de produção em massa e com quebra de patentes e estatização de empresas farmacêuticas e químicas fornecedora de insumos!
  • Em defesa da vida, 30 dias de quarentena e renda digna para todos!
  • Estabilidade no emprego e redução da jornada, sem redução de salário e direitos!
  • Plano emergencial de obras e empregos públicos nas áreas de moradia popular, saúde, saneamento, educação e cultura! Ninguém quer viver de auxílio ou seguro para sempre!
  • Redução e congelamento dos preços dos alimentos, combustíveis e gás de cozinha. Isenção de tarifas públicas e alugueis para os desempregados!
  • Chega de vender o Brasil. Não às privatizações e reestatização de todas as empresas privatizadas!
  • Educação pública, gratuita e de qualidade! Volta às aulas só com vacina! Escolas Fechadas, Vidas Preservadas!
  • Não à reforma administrativa que destrói empregos dos servidores e serviços públicos!
  • Pela demarcação e titulação das terras indígenas e quilombolas e pela reforma agrária já!
  • Por políticas afirmativas para os setores oprimidos da classe trabalhadora que combatam a violência, a discriminação e as desigualdades. Nossas vidas importam!
  • Suspensão imediata do pagamento da Dívida Pública, acompanhada da realização da auditoria da Dívida! Por uma frente de países devedores que rompa com o FMI, pare de pagar a dívida para garantir quarentena total, renda básica de pelo menos 1 salário mínimo para se proteger da Covid-19!
  • Taxação e confisco das grandes fortunas e suspensão da remessa de lucros ao exterior. Aplicar todos esses recursos em defesa da vida, manutenção e geração de emprego, renda e direitos!
  • Fora Bolsonaro e Mourão!

CSP-Conlutas