Carreatas para exigir vacinação para todos já e pelo “Fora Bolsonaro” são marcadas para sábado (23)

A campanha de vacinação no Brasil nem bem começou e deve paralisar nas próximas semanas, por culpa da política genocida e da total incompetência do governo de Bolsonaro e Mourão.

Por falta de planejamento e má gestão do governo não há doses suficientes para imunizar sequer o primeiro grupo prioritário estabelecido no plano nacional de vacinação, que soma cerca de 14 milhões de pessoas (profissionais de saúde, idosos com mais de 75 anos e idosos a partir de 60 anos que vivem em asilos, indígenas e quilombolas), muito menos a população total brasileira estimada em 212 milhões de pessoas.

Falta insumos para produção de mais doses das vacinas aprovadas (CoronaVac e AstraZeneca), sem falar que não há previsão de quando outras marcas de vacinas chegarão ao país. Enquanto isso, os números de casos e mortes pela Covid-19 seguem em uma tendência de crescimento cada vez maior, o número de mortos no país já ultrapassou a marca de 212 mil pessoas e a crise econômica e social se agrava com aumento do desemprego e da miséria.

É diante deste cenário de caos que, neste sábado (23), estão sendo convocadas por todo o país carreatas como o mote “Fora Bolsonaro. Vacina para todos já”. As mobilizações, convocadas por várias organizações e pelas redes sociais, também exigem a volta do auxílio emergencial e estabilidade no emprego aos trabalhadores (confira ao final do texto os atos já confirmados).

É cada vez maior a constatação de que a continuidade deste governo é um obstáculo a um combate efetivo contra a pandemia, à defesa da vida dos brasileiros e ao enfrentamento à crise no país.

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Negacionismo e extremismo de ultradireita

O Brasil tem 10,8 milhões de vacinas CoronaVac, sendo 6 milhões distribuídas esta semana aos estados, e outras 4,8 milhões já produzidas e que aguardam a liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O contrato do Instituto Butantan com a Sinovac prevê a produção de outras 36 milhões de doses até março, mas para isso é preciso a importação da matéria-prima da China, que está paralisada há 15 dias em razão de problemas diplomáticos e burocráticos por parte do governo brasileiro.

Outro imunizante, a vacina AstraZeneca, produzida em parceria pela Fiocruz e a Oxford, não chegou ao Brasil porque também enfrenta problemas de importação de 2 milhões de doses da Índia. A Fiocruz declarou que depende da importação de insumos para produzir o imunizante em solo nacional com estava previsto.

A dificuldade em importar os insumos tem a ver com a política adotada por Bolsonaro, seus filhos e o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, que se alinhou aos EUA e passou os últimos anos atacando a China e se opondo à Índia, criando problemas diplomáticos.

Segundo a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcomo é “injustificável não termos vacina por incompetência diplomática”. A médica fez um desabafo nesta quarta-feira (20) durante a cerimônia do Prêmio São Sebastião de Cultura, que viralizou nas redes sociais.

“Não há nada nesse momento que justifique, a não ser a desídia absoluta e a incompetência diplomática do Brasil, que não permita que cada um dos senhores aqui presentes e suas famílias e aqueles que vocês amam, esteja amanhã ou nos próximos meses, de acordo com o cronograma elaborado, recebendo a única solução que há para uma doença como a covid-19”, afirmou a pesquisadora, emocionada.

O fato é que o negacionismo e a postura anti-ciência adotada por Bolsonaro desde o início da pandemia explica a grave situação que vivemos no país. Desde as declarações absurdas chamando a Covid-19 de “gripezinha” ao deboche com as milhares de mortes que já ultrapassaram 210 mil vítimas no país (com o “E daí”, “não sou coveiro”), ao manter um general inepto como Ministro da Saúde, e tantos outros ataques.

As ações do governo diante da pandemia já configuram como crime de responsabilidade. A situação em Manaus (AM) é o exemplo mais gritante. Documentos revelam que o governo sabia com antecedência do iminente colapso na rede hospitalar e da falta de oxigênio, que tem levado as dezenas de mortes por asfixia no estado nas últimas semanas.

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“Se depender do governo Bolsonaro, outras milhares de pessoas continuarão morrendo e a crise seguirá se agravando no país, com desemprego e aumento da miséria. É urgente uma luta para colocarmos para fora este governo genocida, denunciar os governos estaduais que também estão brincando com a vida da população e exigir vacina já para todos os brasileiros. Vamos nos mobilizar de todas as formas possíveis”, defende a servidora da Saúde de Natal (RN) e integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Rosália Fernandes.

Confira parcial dos atos já confirmados para 23/01:

Acre

Rio Branco – 15 h – Concentração na Uninorte

Alagoas

Maceió – 15h – Praça Centenário

Bahia

Salvador – 9h – Vale da Canela

Ceará

Fortaleza – 15h – Dragão do Mar

Distrito Federal

Brasília –  9h – Torre da TV / Funarte

Espírito Santo

Vitória – 15h – Viaduto Aracelli, Jardim Camburi
Vila Velha – 15h – Parque da Prainha
Cariacica – 15h – Em frente ao Estádio Kleber Andrade
Serra – 15h – Parque da Cidade,em Laranjeiras

Goiânia (GO) – 16h

Concentração na Praça Universitária. Saída às 17h até a Praça Cívica

Mato Grosso

Cuiabá – 9h – Concentração na UFMT, Guarita 1, Av. Fernando Correia

Mato Grosso do Sul

Campo Grande – 10h – Cidade do Natal

Minas Gerais

Belo Horizonte – 16h – Mineirão

Belo Horizonte – 16h30 – Praça Afonso Arinos

Uberlândia – 9h – Parque do Sabiá

Juiz de Fora – 16h – em frente à faculdade Estácio de Sá

Pará

Belém – 9h – Doca de Sousa Franco

Ananindeua – 9h – Ginásio Abacatão

Paraíba

João Pessoa – 16h – Liceu ao Busto

Paraná

Curitiba – 15h30 – Praça Nossa Senhora de Salete

Pernambuco

Recife – 9h – Em frente à fabrica Tacaruna / Classic Hall (Av. Agamenon Magalhães)

Piauí

Teresina – 8h – Centro Administrativo

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro – 10h- Monumento à Zumbi no Centro

Macaé – 17h – Posto BR da Praia Campista

Rio das Ostras – 9h – concentração Cemitério do Âncora

Rio Grande do Norte

Mossoró – 8h – Largo Igreja São João

Rio Grande do Sul

Porto Alegre – 16h – Largo Zumbi

Rio Grande – 11h – Rua São Leopoldo esquina com a Av. Rio Grande

Nova Hamburgo – 9h30 – Pista de Eventos

RS – Gravataí – 9h30 – Parque dos Anjos

Santa Catarina

Florianópolis – 16h – Koxixo’s Bar (Beira Mar   Norte)

 

São Paulo

São Paulo – 14h – Alesp

São José dos Campos – 10h – No Estádio Martins Pereira

Osasco e Oeste Metropolitano – 8h30 – Parque dos Paturis

Baixada Santista – 14h – Sambódromo na Zona Noroeste de Santos

Campinas – 11h30 – Balão do Laranja

Campinas – 11h – Largo do Pará

Presidente Prudente – 9h30 – Rua Júlioo Tiezzi, em frente ao galpão da Lua

Ribeirão Preto – 10h – Estádio do Botafogo

Ubatuba – 11h – Av. Capitão Felipe, Itaguá

Valinhos – 10h – Av. Joaquim Alves Corrêa/Câmara Municipal

Sergipe

Aracajú – 8h30 – Orlinha do Bairro Industrial

Tocantins

Palmas – 17h – Concentração no Eixão Norte