25 DE JULHO Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

O dia 25 de julho foi oficializado como Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha em 1992, após uma reunião de mulheres na República Dominicana. A data foi instituída como forma de pressionar a ONU quanto a necessidade da luta contra as opressões de gênero e raça. Dessa luta nasceu ainda a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas. Em 1970 no Brasil, a temática já gerava discussões com o trabalho da pesquisadora negra Lélia González e nacionalmente a data é uma homenagem à memória e à luta da líder quilombola Tereza de Benguela. A luta é histórica e continua sendo um marco de resistência nos dias atuais, principalmente neste contexto de pandemia, em que as desigualdades sociais no país, em especial as vinculadas à raça e ao gênero, aumentaram os índices de violência contra a mulher negra. Conforme dados do Instituto Datafolha em 2020, 62% das vítimas de morte por agressão foram mulheres negras e segundo o Instituto Data Favela, mais de 70% das 5,2 milhões de mães, em sua maioria mulheres negras, afirmaram que a alimentação ficou prejudicada pela falta de renda neste período de pandemia. Além disso, oito entre cada 10 das mulheres negras alegam que a renda caiu por causa da pandemia e 92% dizem que terão dificuldade para comprar comida. Esses são alguns dados alarmantes que representam a situação das mulheres negras latino-americanas e caribenhas, historicamente excluídas e silenciadas. Nesse 25 de julho de 2021 o GTPCEGDS chama a atenção para a importância dos debates e estudos sobre questões de raça, gênero, sexualidade, entre outros e reitera que mulheres negras, indígenas e de comunidades tradicionais na América Latina e Caribe, fortalecem sua organização e luta neste dia. Que essa data sirva de espaço para aprofundarmos a desconstrução do machismo, racismo e sexismo e que traga voz a essas mulheres. Que seja celebrada como símbolo da luta e resistência das mulheres negras e como forma de apontar conquistas e transformações ainda necessárias de serem alcançadas, ampliando o debate sobre raça, gênero e classe.

GTPCEGDS ADUSB-SS, ANDES-SN