Bilionários faturaram mais de US$ 1 trilhão, enquanto 150 milhões viveram na extrema pobreza
Em 2021, cresceu número da extrema pobreza no mundo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

2021 será lembrado como o ano em que a desigualdade aumentou. Enquanto até 150 milhões de pessoas podem estar vivendo abaixo da linha da pobreza, a fortuna somada das 500 pessoas mais ricas do planeta aumentou em mais de 1 trilhão de dólares, ou R$ 5,57 trilhões.

A quantia acrescida aos cofres bilionários representa mais do que toda riqueza produzida, em 2020, por quatro dos países mais ricos da América do Sul. Juntos Argentina, Chile, Colômbia e Uruguai, geraram 960 bilhões de dólares. 40 bilhões a menos que o acumulado pelos super ricos em 2021.

Em 2022, este seleto clube de indivíduos mais ricos que nações inteiras ostenta 8,4 trilhões de dólares (R$ 47 trilhões). Isto é mais do que o PIB de todos os países, exceto China e Estados Unidos, somados. Uma verdadeira aberração causada pelo modo de organização da economia sob o capitalismo.

Musk e Bezos

O sul-africano Elon Musk, dono da SpaceX, especializada na construção e lançamento de foguetes, e da empresa de carros elétricos Tesla é o cabeça da lista da agência Bloomberg. Em 2021, ele ficou 114 bilhões de dólares mais rico.

Em segundo lugar está Jeff Bezos, dono da Amazon, empresa do ramo da tecnologia. Ele terminou o ano de 2021 com 192 bilhões de dólares, dois bilhões a mais do que em 2020.

Musk e Bezos possuem algo em comum, além do saldo exorbitante na conta bancária. Cada qual a sua maneira é uma ameaça a vida dos trabalhadores e representam também toda ganância e crueldade do sistema capitalista.

Recentemente, denúncias de trabalho escravo atingiram a Amazon. A companhia também é acusada de péssimas condições aos funcionários, bem como praticar assédio moral, jornadas exaustivas e perseguição.

Musk apresenta-se como um liberal, no entanto, grande parte de sua fortuna deve-se a acordos firmados com o governo dos Estados Unidos. Ele também fez manchetes ao defender golpes de estado em outros países, desde que seja rentável para as empresas.

Crescimento da pobreza extrema

Enquanto poucos bilionários viram seus ganhos aumentar em plena crise da covid-19, a pobreza extrema aumentou em todo o mundo durante a pandemia. Segundo o Banco Mundial, esta é a primeira vez que há o registro do aumento da pobreza nos últimos 20 anos.

O conceito de pobreza extrema é definido como a situação em que indivíduos vivem com menos de 1.90 dólar por dia, ou pouco mais de R$ 10. Durante os anos da pandemia, a estimativa é que de 65 a 75 milhões de pessoas entraram nesta categoria.

Concentração de renda

O estudo elaborado pelo World Inequality Lab é enfático. Os últimos dois anos foram marcados pela aceleração na concentração de renda e riqueza. Entre 2019 e 2021, o seleto clube de multimilionários (0,001% da população) viu suas fortunas crescerem 14%. No sentido contrário, 100 milhões de pessoas caíram na pobreza extrema.

Para especialistas, entre as principais causas desta tragédia estão as políticas privatizadoras e desreguladoras, assim como a deterioração da relação entre capital e trabalho, com a classe trabalhadora sob constantes ataques e perdas de direitos.

Nas duas últimas décadas, a distância entre a renda dos 10% mais ricos da população e dos 50% mais pobres duplicou. Hoje, a concentração da riqueza é extrema: 10% mais poderosos já possuem três quartos de todo o patrimônio mundial.

Saída é o socialismo

A cada dia se comprova que o capitalismo não serve mais à humanidade. A lógica baseada na desigualdade e na exploração, só vai levar à barbárie.

A CSP-Conlutas defende que a construção de uma sociedade socialista é mais do que nunca atual e necessária, para atender realmente os interesses e a necessidade da classe trabalhadora e da maioria da população.

Neste sentido, a mudança virá somente com os trabalhadores exercendo seu protagonismo, não através das eleições, mas da luta direta para decidir os rumos dos governos e de toda a sociedade.

CSP-Conlutas