Estudantes ocupam a reitoria da PUC de São Paulo

Cerca de 300 estudantes universitários ocuparam, na noite de terça-feira (17), a reitoria da Pontifícia Universidade Católica (PUC), em Perdizes, zona Oeste de São Paulo. A decisão foi determinada em assembleia, após o movimento estudantil ter solicitado uma audiência pública com a reitora Anna Cintra e os padres da Fundação São Paulo (Fundasp) para debater os problemas da universidade, à qual nem a reitora nem os representantes da mantenedora da PUC compareceram.

Os estudantes protestam contra o corte no subsídio do restaurante universitário, o que fez o preço da refeição subir de R$5,60 para R$10,35; redução no número de bolsas de estudo, fechamento de cursos e contra o aumento no valor das mensalidades. A luta contra as demissões de docentes e técnicos, que ocorrem desde dezembro de 2014, também está na pauta do movimento estudantil. “2015, assim como nos outros anos, começou com cortes de gastos, o que segundo a reitoria é fruto de uma crise, com dívidas milionárias. Foram demitidos 52 professores em dezembro e, em janeiro, 40 funcionários”, disse Bruno Matos, estudante do curso de jornalismo, e membro da Comissão de Comunicação da Reitoria Ocupada. “De onde vem essa crise? Por que nada disso foi debatido com a comunidade acadêmica”, questiona o estudante.

De acordo com a Comissão de Comunicação da Reitoria Ocupada, falta democracia nas decisões da universidade, que hoje conta com o Conselho Administrativo (Consad), com a participação de dois padres da Fundação mantenedora e da atual reitora, empossada mesmo não tendo sido a mais votada. Eles exigem uma Assembleia Estatuinte, o fim da lista tríplice e do Consad. Bruno Matos contou que uma Comissão de Negociação foi enviada à Fundasp para abrir um canal de negociação com os diretores executivos da PUC SP, com a expectativa de serem recebidos ainda nesta quarta (18). 

O movimento estudantil reivindica também creche para os filhos de estudantes, professores e funcionários; o fim da precarização dos contratos de trabalho dos professores; descriminalização de estudantes, funcionários e professores; e arquivamento do inquérito contra três estudantes da PUC na Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP).