Reajuste linear: Governo e FETRAB pressionam servidores
Reunião entre governo e FETRAB no dia 15 de abril

O governo decidiu nesta quarta (15) por não encaminhar o acordo de pagamento da reposição inflacionária defendido pela Federação dos Servidores Públicos da Bahia (FETRAB) para a Assembleia Legislativa. A ação foi motivada pela recusa de parte do funcionalismo em aceitar as perdas impostas. Em nota da FETRAB, fica claro o posicionamento da Federação e do governo em pressionar os(as) servidores(as) a assinar o acordo sob pena de não receberem nada.

As Associações Docentes das Universidades Estaduais não são filiadas à FETRAB e também discordam de qualquer tipo de acordo que gere perda aos trabalhadores(as). A proposta da Federação é o pagamento feito em duas parcelas, sendo 3,5% retroativo a março e 2,81% em novembro. Os(As) 34 mil servidores(as) que estão abaixo do salário mínimo teriam que aguardar até novembro para acrescentarem 2,43% além do reajuste linear para enfim alcançarem o salário mínimo nacional. Ou seja, trabalhariam quase um ano inteiro abaixo do menor padrão salarial do país.

O Fórum das ADs há dois anos denuncia as perdas geradas pelo pagamento parcelado e não integral da recomposição inflacionária. Em 2013, as Associações Docentes foram as únicas a se manifestarem como contrárias enquanto o acordo, que trouxe prejuízo ao funcionalismo, foi assinado pela FETRAB.

Como se não bastasse o absurdo de aceitar perdas, a Federação sugere em nota que caso não ocorra o consenso, o governo não pagará nem mesmo essa proposta. “Concluindo a reunião, por falta de unidade, uma vez que algumas categorias que se mantiveram ausentes do processo destoaram da deliberação da plenária do movimento unificado, o governo se recusou a encaminhar a proposta debatida à Assembleia Legislativa (ALBA), reafirmando a definição de preferir ser cobrado por não conceder o reajuste, do que ser culpado por não pagar salários”, afirma o texto.

Em dezembro do ano passado, o Fórum das ADs protocolou a pauta de reivindicações da categoria, em que consta o pagamento integral do reajuste linear. Mesmo defendendo esse posicionamento, desde o governo Jaques Wagner, a imprensa, governo Rui Costa e FETRAB se recusam a falar do Movimento Docente. Talvez por saberem que os(as) professores(as) não cederão a qualquer tentativa de prejudicar os(as) trabalhares(as).

Uma nova reunião entre FETRAB e governo está agendada para o dia 4 de maio. Até lá a Federação irá realizar assembleias para fechar um posicionamento comum. Para deixar mais uma vez claro o posicionamento da categoria, o Fórum das ADs protocolou ofício na Secretaria de Relações Institucionais reafirmando a reivindicação da reposição integral. O movimento docente pautará na reunião com o governo, marcada para o dia 24, o reajuste pelo índice de inflação anual do IPCA/IBGE, calculado para 2014 em 6,41%, retroativo a janeiro, em parcela única de acordo com o artigo 37, inciso X e XI da Constituição Brasileira.