Adusb encerra greve e  avança na organização da luta estadual e nacional

Com 99 votos favoráveis e 7 contrários, a greve docente contra PEC 55, reforma do ensino médio e congelamento de salários chegou ao fim na UESB. Em assembleia realizada no dia 15 de dezembro, em Jequié, a categoria considerou que o movimento paredista foi importante para construção do movimento de resistência nacional aos ataques promovidos pelo ilegítimo governo Temer. Após a aprovação da PEC, professores e professoras avaliaram que o momento é de reorganização da classe trabalhadora e aglutinação de forças. Nesse sentido, o estado de mobilização permanente foi aprovado, bem como a rearticulação do Fórum Sindical e Popular no Sudoeste da Bahia.

A participação da Adusb na primeira greve nacional do Andes-SN, com uma pauta não coorporativa, foi ressaltada como um marco do avanço político do sindicato. A falta de êxito das centrais sindicais, apesar dos esforços da CSP-Conlutas, em organizar a greve geral não impediu os docentes de mostrarem que não aceitarão o ajuste fiscal imposto à classe trabalhadora.

A Adusb construiu durante todo o ano de diversas frentes de enfrentamento tanto nas pautas nacionais, quanto estaduais. Buscou a unidade com o funcionalismo público da Bahia pelo reajuste linear, defesa dos direitos trabalhistas e dos serviços públicos. Na região sudoeste, articulou a luta contra o Escola Sem Partido, PEC 55, PLP 247, reformas trabalhista, da Previdência e do Ensino Médio com sindicatos, estudantes e movimentos sociais. Diversos atos públicos, fechamento de vias, panfletagens e atividades culturais de denúncia foram realizadas.

Esteve ainda, ombro a ombro, com os estudantes protagonistas do movimento de ocupações que explodiu por todo Brasil. Desde o princípio, professoras e professores prestaram todo apoio político, jurídico e material às ocupações da região, por compreenderem a legitimidade e a importância da resistência  da juventude para o futuro do país. A categoria também resistiu à brutal violência policial imposta aos manifestantes que estiveram em Brasília durante a votação da PEC 55, no primeiro turno do Senado.

Apesar do avanço no saldo político e organizativo da greve, os Comandos de Greve Local e Nacional consideraram que ainda não foi possível à classe trabalhadora fazer a luta necessária para impedir a destruição dos direitos sociais, políticos e trabalhistas. Portanto, é imprescindível voltar ao trabalho de base, mobilizar a categoria e utilizar novas estratégias para fortalecer o movimento de resistência de modo a fazer o enfrentamento com a dureza que o momento requer.

O estado de mobilização permanente foi aprovado com o objetivo de realizar, de forma intensa, o diálogo entre os docentes sobre o avanço do conservadorismo e a retirada sistemática de direitos. Diante da dimensão da luta, se faz urgente estar lado a lado com outras categorias. O Fórum Sindical e Popular traz essa perspectiva de união de forças, dos mais diversos segmentos, contra aqueles que estão contra trabalhadoras e trabalhadores.