Contra o machismo e todas as formas de opressão

08 de março de 2017

O Fórum das ADs, que reúne as seções sindicais do ANDES-SN nas Universidades Estaduais Baianas (ADUSC, ADUSB, ADUFS e ADUNEB), vêm a público manifestar seu repúdio ao machismo, ao racismo e a todas as formas de violência contra as mulheres. A dominação patriarcal capitalista e racista, assim como a lesbofobia e a transfobia são responsáveis por gerar diversas formas de opressão, matam cotidianamente milhares de mulheres no mundo, especialmente negras, trans e lésbicas.

No Brasil não é diferente. A sociedade, orientada pelos padrões heteronormativos, assedia, constrange, humilha e violenta as mulheres, seja no ambiente doméstico ou público. Nas Universidades, locus privilegiado de produção do saber, deveria fazer avançar transformações estruturais. No entanto, práticas machistas são reprodutivas cotidianamente nas salas de aula, nos corredores, nas relações de trabalho, nos movimentos docente e estudantil.

É urgente romper com o silêncio secular e expor as chagas abertas pelo machismo. Segundo dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA), só nos três primeiros meses de 2016 foram registrados 9,6 mil casos de violência contra a mulher. O feminicídio é uma grave realidade. A Contrareforma da Previdência desconsidera o padrão patriarcal da sociedade brasileira, que impõe às mulheres múltiplas jornadas de trabalho e institui como requisito para aposentadoria 65 anos de idade e 25 anos de contribuição. Consolidada as novas regras, às trabalhadoras do campo e da cidade restará o labor até a morte.

Observa-se, portanto, que o problema é estrutural e não será resolvido com o aparelho repressor do Estado, tão pouco com o Estado burguês. O combate à violência de gênero, por meio das punições legais, é um paliativo que na maioria das vezes atinge aos homens pobres e negros. Defendemos políticas públicas efetivas, especialmente  na formação escolar e no sistema de saúde.

Nesta perspectiva, o Fórum das ADs constrói e apoia a auto-organização das mulheres nas frentes de esquerda e na luta anticapitalista, que objetiva constituir uma nova arena política, onde a equidade de gênero e a ruptura radical com os arcabouços de opressão e dominação do capitalismo caminhem juntas na busca pela emancipação humana. É preciso lutar e resistir, como evoca Angela Davis:

“Resistência aos bilionários exploradores hipotecários e gentrificadores. Resistência à privatização do sistema de saúde. Resistência aos ataques contra muçulmanos e imigrantes. Resistência aos ataques contra as pessoas com deficiência. Resistência à violência do Estado perpetrada pela polícia e por meio da indústria do complexo prisional. Resistência à violência de gênero institucional e doméstica, especialmente contra mulheres trans negras (Discurso proferido durante a Marcha das Mulheres contra Trump e publicado pelo Blog da Boitempo)”. 

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