Fórum das ADs é recebido para discussão da pauta de reivindicações 2017

Após muitas tentativas de diálogo com o governo Rui Costa, o Fórum das Associações Docentes do Estado da Bahia conquistou uma reunião com o Superintendente de Recursos Humanos da Saeb, Adriano Trombone e o Subsecretário de Educação do Estado, Nildon Pitombo, na Secretaria de Educação na última terça-feira (14). O encontro teve como centro a cobrança por respostas à pauta de reivindicações do Movimento Docente (MD) de 2017, protocolada pelo Fórum na governadoria desde dezembro do ano passado. Apesar do governo ter conhecimento há tempos das reivindicações, os seus representantes não apresentaram nenhum avanço nas respostas em relação às bandeiras de luta do movimento.

Conheça a pauta de reivindicações 2017.

Descaso

A realidade de promoções, progressões e mudanças de regime de trabalho estagnadas há mais de um ano, tem impactado no funcionamento das Universidades. Combinado com o cenário de retirada de recursos por parte do governo, toda a comunidade acadêmica sofre prejuízos.

O documento com a pauta do MD apresenta um conjunto de questões que dizem respeito à corrosão salarial e não efetivação dos direitos trabalhistas. A ausência de uma política de valorização do trabalho de docente e da recomposição da inflação nos dois últimos anos, resulta em uma desvalorização de 30,5% do salário docente. Somado a isso, existem também questões pendentes relacionadas à licença sabática e insalubridade. Do ponto de vista dos direitos trabalhistas, o governo desvaloriza a carreira docente ao desrespeitar direitos previstos no Estatuto do Magistério, uma conquista histórica da categoria.

Todos esses pontos foram apresentados durante a reunião. Muito deles não são novos. Fizeram parte da luta em 2016 e praticamente não avançaram por culpa do descaso do governo Rui Costa. Após um ano sem respostas, os representantes governamentais se justificaram alegando haver uma crise nas contas públicas do Estado, discurso contraditório ao da propaganda oficial.

A luta continua

Apesar da resposta negativa, os docentes defenderam urgência na resolução dos problemas e a disposição para radicalização da luta. Os professores reforçaram a articulação de mobilizações em março e abril, tanto no âmbito federal, quanto estadual. Tensionaram ainda sobre a necessidade de uma próxima reunião com a presença dos secretários da Administração e Educação. Diante da pressão do Fórum, o governo apontou para o início de abril.

O Fórum das ADs solicitou também que o governo apresente suas respostas por escrito. Para Milton Pinheiro, coordenador do Fórum das ADs, a centralidade na luta e a articulação da categoria por uma política de recomposição salarial na defesa dos direitos trabalhistas será a tarefa do próximo período junto ao calendário de mobilização nacional e local. O Movimento Docente das Universidades Estaduais Baianas estará, como sempre esteve, na linha de frente das lutas por nenhum direito a menos e em defesa da educação pública, gratuita, laica, socialmente referenciada e de qualidade.

Fonte: Fórum das ADs