1º de Maio: organizar trabalhadores e resistir aos ataques

O 1º de Maio é um marco de luta da classe trabalhadora em todo mundo. A data ainda permanece atual, pois com o aprofundamento da crise econômica, o projeto neoliberal tem imposto à população brasileira a redução de investimentos públicos e a retirada de direitos sociais, políticos e trabalhistas.  Assim como no passado, a greve geral tem sido uma tática para enfrentar os patrões. O dia 28 de abril deu mostras de que só a luta e a unidade serão capazes de reverter os ataques do ilegítimo governo Temer e do Congresso Nacional.

Em 1º de maio de 1886, trabalhadores de Chicago (EUA) realizaram um duro protesto pela redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. A partir dessa mobilização, uma greve geral foi construída nos Estados Unidos, quando diversos trabalhadores foram presos e mortos. A data passou a ser referência para movimentos operários em todo mundo que também encamparam a reivindicação da redução da jornada.

Ironicamente uma das bandeiras da greve geral organizada em 2017, cem anos depois da primeira greve geral ocorrida no Brasil, é o fim da reforma trabalhista, que permite a ampliação dessa mesma jornada de trabalho de 8 horas. Um enorme retrocesso. Significa que o Brasil poderá voltar a ter relações trabalhistas conforme moldes do século XIX.

Mesmo assim, a justificativa apresentada pelo governo federal é a necessidade de “modernizar” a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada em 1943. O argumento esconde o fato da CLT, apesar das suas limitações, ser fruto exatamente do acúmulo histórico de lutas desde a greve de 1917.

Saiba sobre a aprovação da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados.

Neste 1º de maio, seguiremos o horizonte de luta apontado pelas trabalhadoras e trabalhadores do passado, do Brasil e do mundo, que deram seu sangue e suor para conquistar melhores condições de vida para as gerações futuras. A greve geral do dia 28 de abril deve ser apenas um marco do início da mobilização unificada da classe trabalhadora brasileira contra o projeto do Capital. “Os poderosos até podem matar uma, duas ou três rosas, porém, nunca conseguirão impedir que a primavera venha” – Ernesto Che Guevara.