Novos cursos da Uesb sofrem com falta de professores

 

A falta de professores na Uesb não é um assunto novo. A situação, porém, tem se agravado nos últimos anos com o surgimento de novos cursos, reformulações curriculares e novas disciplinas, ao passo que o número de docentes continua o mesmo. Isso porque o governo #RuiCorta se recusa a fazer concursos públicos.

Dentre os 60 pedidos de concurso docente negados pelo governo, 18 são do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas (DFCH). Segundo o professor José Carlos Simplício, diretor do departamento, “o DFCH tem oito áreas de conhecimento e sete estão com solicitação de concurso e/ou seleção pública para professores”.

Devido à falta de professores, o curso de Psicologia, criado recentemente na Uesb e lotado no DFCH, tem oferecido disciplinas no período que seria de férias para estudantes. Tal medida visa minimizar o atraso no curso devido à impossibilidade de oferecer todas as disciplinas da matriz curricular, em virtude da falta de professores (as). Simplício reforça que “a falta de professores afeta principalmente o direito que os discentes têm de cursar de forma regular as aulas no tempo previsto”. A área de Psicologia teve a abertura de três vagas para professores substitutos, que ocupam vagas reais, já que o governo não faz concursos. A situação, contudo, não foi resolvida, pois são necessários mais oito docentes para completar o quadro da área. Situação semelhante ocorre também em outros cursos, como Cinema e Ciências Sociais.

O excesso de carga horária é outro fator que tem comprometido a execução do tripé ensino – pesquisa - extensão, pois segundo Simplício, “há vários professores com dedicação exclusiva (DE) que não tem tido oportunidade de atuar na pesquisa e extensão por terem que assumir de forma dobrada atividades de ensino”.

Segundo Luanda Lopes Batista, subgerente de Concurso e Seleções da Gerência de Acesso e Acompanhamento (GAA) o número de solicitações de concursos é realmente expressivo, mas muitas dessas vagas estão preenchidas com professores substitutos, chamados por seleção pública. Ela afirma ainda que, “a expectativa é de que no primeiro semestre de 2018 o governo estadual atenda os pedidos de concurso da universidade”.

Já o diretor afirma que não há expectativa de abertura de concurso para preenchimento das vagas necessárias. O que pode acontecer, segundo ele, é que o governo atenda as solicitações das vagas que foram abertas por aposentadoria, exoneração ou morte de docentes.  Ele pontua que a situação enfrentada pela universidade acontece porque “a educação não é prioridade de fato, embora no discurso seja”.

A ampliação do quadro de vagas docentes faz parte da pauta de reivindicações das professoras e professores das Universidades Estaduais da Bahia. Apesar de quase um ano de protocolada, o governo não negocia com o Movimento. Mais uma demonstração de descaso com o ensino superior público do Estado.